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ANÁLISEENERGIA
Futuro do setor de bioenergia requer tecnologia e inovação
JOSÉ CARLOS GRUBISICH
ESPECIAL PARA FOLHA
O debate global sobre segurança energética e mudanças climáticas tem tornado o
setor de bioenergia brasileiro
cada dia mais estratégico.
Nos últimos anos, o segmento consolidou seu potencial nacionalmente e, por sua
competência, abre oportunidades no mercado internacional, assegurando a liderança na produção de energia limpa e renovável.
Hoje, o setor passa por
uma mudança em seu modelo de negócio, no qual as operações agroindustriais são
fortemente integradas e combinam competitividade e
sustentabilidade.
As unidades incorporaram
tecnologias agrícolas de última geração, com a total mecanização das operações e
novas variedades de cana
com alta produtividade, aliadas a inovações na área industrial, com moderna automação, alta eficiência dos
processos e consumo otimizado de recursos naturais.
Após dobrar de tamanho
nos últimos quatro anos, o
setor tem um potencial significativo de crescimento pela
frente e um novo ciclo de investimentos deverá ser realizado pelas empresas brasileiras para acompanhar a demanda crescente no Brasil e
no mundo.
Nesse cenário, é importante que esse crescimento seja
acompanhado pelo desenvolvimento de tecnologias
inovadoras e sustentáveis
que agreguem valor aos processos e produtos do segmento para garantir rentabilidade e perenidade no médio e longo prazos.
A inovação e a tecnologia
serão determinantes para o
Brasil continuar liderando a
dinâmica do setor de bioenergia.
Hoje, existe um movimento internacional acelerado de
investimentos em pesquisa e
desenvolvimento (P&D) focado em tecnologias de ruptura para aproveitar melhor a
biomassa e criar produtos,
como o plástico verde lançado recentemente pela Braskem.
Estados Unidos e Europa,
além de emergentes como
China e Índia, já anunciaram
a ambição de desenvolver
tecnologias ligadas à valorização da biomassa.
Nesse intenso ritmo de investimentos, é importante
que o Brasil mobilize esforços dos setores público e privado e, por meio das universidades e de centros de excelência tecnológica, como o
Centro de Tecnologia Canavieira e a Embrapa, defina
um programa ambicioso de
P&D.
Os recursos financeiros
disponíveis -BNDES, Finep,
Fapesp- contribuirão para
que o país não perca as oportunidades do uso eficaz e
sustentável da biomassa brasileira, a mais competitiva do
mundo.
O Brasil reúne as competências técnicas e humanas,
mas o que o manterá à frente
será sua capacidade de inovar.
Se o país deseja garantir a
liderança no setor de energia
limpa e sustentável e agregar
valor à biomassa na indústria química e bioquímica,
grandes esforços e investimentos em novas tecnologias devem ser realizados de
forma contínua, ousada e estruturada.
JOSÉ CARLOS GRUBISICH é presidente da
ETH Bioenergia.
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