São Paulo, sábado, 05 de novembro de 2011

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Copa deve impulsionar maior uso de energia solar

Fifa recomenda a adoção de painéis fotovoltaicos nos estádios do evento

Oportunidade de país se tornar fabricante de painéis passou, mas ainda pode fornecer componentes

DE BRASÍLIA

A Copa-2014 deve ajudar a impulsionar a energia solar no Brasil. Por recomendação da Fifa, os estádios do mundial terão de ser alimentados por painéis desse gênero.
Estados como o Rio de Janeiro querem aproveitar a oportunidade para atrair investimentos no setor. Em setembro, o governador Sérgio Cabral decretou isenção de ICMS aos equipamentos para instalações fotovoltaicas.
Hoje só os painéis solares contam com isenção de impostos, mas eles representam apenas 30% do custo de uma instalação -o resto fica por conta da eletrônica.
O Rio espera, agora, autorização da Aneel e da Light para conectar instalações solares na rede para dois programas: um que ligará painéis fotovoltaicos em escolas públicas e outro que abastecerá o campus da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) com 1 megawatt de eletricidade solar.
"A ideia é criar um mercado e depois destrinchar a cadeia, para que a gente se torne um polo de energia renovável", afirma a subsecretária de Economia Verde do Rio, Suzana Kahn Ribeiro.
Ribeiro, que é membro do IPCC (o painel do clima das Nações Unidas), diz que o Brasil já perdeu a janela de oportunidade para se tornar um fabricante de painéis. "Hoje eles são quase todos feitos na Ásia e não dá para competir com o custo."
Porém, afirma, o país ainda pode se tornar um fornecedor de componentes eletrônicos e de silício ultrapuro, ingrediente fundamental das placas fotovoltaicas.
"Nós exportamos silício para metalurgia, mas o de grau [de pureza] solar vale cem vezes mais e o mercado cresce 40% ao ano."
O secretário de Energia do Estado, Júlio Bueno, deve pedir na próxima reunião do Conselho Nacional de Secretários de Energia a criação de regras próprias para a fotovoltaica em leilões e que isente os painéis solares de IPI.
"É preciso criar uma corrida própria" para essa energia, disse Bueno à Folha.
O mercado fotovoltaico hoje no país é desprezível. Apenas uma usina solar foi instalada no país: a de Tauá (CE) da MPX, empresa de energia do Grupo EBX. (CLAUDIO ANGELO E SOFIA FERNANDES)


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