São Paulo, domingo, 05 de dezembro de 2010

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Games movimentam US$ 6 bi na Coreia

Investimento público em banda larga fortalece indústria de jogos, que conta com 30 mil empresas e exporta US$ 1 bi

Agência promove indústria no Brasil; jogos pela internet já representam metade do mercado de games

CAMILA FUSCO
DE SÃO PAULO

Com uma indústria que movimenta cerca de US$ 6 bilhões por ano e com 30 mil empresas, o mercado sul-coreano de games cresce na esteira do interesse público em investir no setor.
Seja com investimentos em banda larga -que já fazem a internet rápida chegar a 97% dos lares do país- ou com a criação de políticas de incentivo à indústria, o governo está ajudando a dar musculatura a empresas de desenvolvimento no mercado interno e também abrindo portas no exterior.
De acordo com estatísticas oficiais, embora tenha cerca de 50 milhões de habitantes, a Coreia do Sul é o segundo maior mercado de jogos on-line, atrás apenas da China. A indústria de jogos pela internet representa metade do mercado total de games.
Boa parte do resultado é atribuída ao investimento público. Com os recursos canalizados para a melhoria da infraestrutura, mais jogadores podem usar a internet em casa ou nos "PC cafés", espécie de LAN houses.
Ao longo dos próximos dois anos, um investimento de US$ 1 bilhão será destinado à segunda etapa da melhoria da infraestrutura. A expectativa do governo é que a medida, junto com US$ 21 bilhões investidos pela iniciativa privada -principalmente operadoras de telecomunicações- viabilize a internet super rápida, em que será possível baixar filmes de duas horas de duração em apenas 12 segundos.

PRODUTORAS
Entre as demais iniciativas governamentais que promoveram um ciclo virtuoso na indústria de games está a promoção de estúdios independentes, desenvolvimento de fundos para a indústria e incentivo à formação de profissionais do setor.
"São as empresas de desenvolvimento de games que estão construindo a Coreia do Sul do futuro", diz Jessie Jeong, diretora da Kocca, agência coreana de conteúdo criativo que reúne representantes do setor público e empresas privadas.
Parte da missão de Jeong, 46, é viajar pelo mundo junto com empresas coreanas produtoras de jogos, programas de TV, personagens de quadrinhos e músicas para impulsionar parcerias globais.
Hoje as empresas coreanas exportam cerca de US$ 1 bilhão de seus games on-line e têm como principais mercados China, Japão e EUA.
Na semana passada, a executiva esteve em São Paulo com 12 companhias dispostas a encontrar empresas brasileiras interessadas em licenciar os jogos coreanos.
"O Brasil é o principal mercado da América Latina em games, não há como ignorar o potencial do país para nossas empresas", afirma.
Existem 40 milhões de jogadores, cinco vezes a mais do que o México, segundo Marcelo Tavares, especialista em games e criador da Brasil Game Show, maior congresso do setor do país.


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