São Paulo, quarta-feira, 06 de abril de 2011

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PERFIL

Executivo deixou gestora há apenas um mês e meio

PEDRO SOARES
DO RIO

Há um mês e meio, Murilo Ferreira, 58, indicado para ocupar a presidência da Vale, largou a sociedade em uma gestora de recursos. Aos amigos, espantados com a decisão, contou que decidira voltar ao mundo corporativo.
Na semana passada, recebeu ligação de uma consultoria internacional de seleção de executivos com o convite para concorrer à vaga de presidente da maior empresa privada do país.
Foi uma semana de muitas entrevistas. No noite de segunda, seu nome foi indicado para o cargo pelos acionistas controladores (Previ, Bradesco, Mitsui e BNDES), por unanimidade.
Desbancou dois atuais diretores da Vale: Tito Martins (Metais Básicos), indicado pelo Bradesco, e José Carlos Martins (Vendas e Estratégia).
Ontem pela manhã, o executivo ligou para vários amigos e contou que estava feliz por ter seu nome aprovado por unanimidade.
Ferreira começou na Vale em 1998, pouco após a privatização. Dirigiu as áreas de não ferrosos (alumínio e níquel) e presidiu as subsidiárias Albras e Alunorte.
Depois, passou para a diretoria de Energia e Fusões e Aquisições, quando negociou, no final de 2006, a compra por US$ 17 bilhões da canadense Inco -hoje Vale Inco. O negócio permitiu a real internacionalização da Vale, ao tornar a empresa uma competidora global e diversificar mercados e produtos (níquel e cobre).
Ferreira sempre foi um dos auxiliares mais próximos de Agnelli. Sua saída da Vale, em 2008, deu-se pela discordância na compra da mineradora suíça Xstrata, negócio desejado por Agnelli que não se concretizou. Pesou ainda o ímpeto de Agnelli por rápidas e bruscas mudanças na gestão da Inco.
Desde o fim de 2009, Ferreira era sócio da gestora de recursos Studio Investimentos. Mas seu desejo, afirmam seus ex-sócios, era voltar à gestão de companhias. Ferreira diz a interlocutores que sentia que essa "não era a sua praia".
A Studio administra um fundo de ações desde 25 de novembro de 2009, que acumula rentabilidade de 38% -a Bovespa subiu 2,6% no período.
Seu foco é análise detalhada do desempenho das empresas que integram a carteira do fundo, por isso a escolha de Ferreira e de Gabriel Stoliar, outro ex-diretor da Vale, para compor a sociedade.
Colaboraram CIRILO JUNIOR e CRISTINA GRILLO, do Rio


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