São Paulo, domingo, 06 de junho de 2010

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Mercado Aberto

MARIA CRISTINA FRIAS cristina.frias@uol.com.br

Indústria de produtos de beleza dita moda para logística no Brasil

A tendência parece ter começado na indústria de cosméticos, como Boticário e Avon, mas deve se estender para outros segmentos.
Diante da necessidade de expandir a produção, empresas têm optado por deslocar o centro de distribuição para um local próximo das grandes cidades, onde há concentração de consumidores, em vez de construir outra fábrica. A área que vaga pode ser ocupada por novas máquinas e equipamentos.
Um galpão para logística leva apenas seis meses para ser erguido, bem mais fácil do que montar uma fábrica.
Foi pensando na logística que a Avon escolheu Cabreúva (80 km de São Paulo) para abrigar seu novo centro de distribuição. O investimento de US$ 150 milhões deve ser inaugurado neste ano. Próximo de mercados como a capital e Campinas, o município tem fácil acesso a rodovias brasileiras.
O concorrente Boticário, por sua vez, já inaugurou em fevereiro seu novo centro, em Registro (189 km da capital), a R$ 85 milhões.
Registro fica entre a fábrica em São José dos Pinhais (PR) e grandes centros consumidores, além de estar perto de estrada.
"Isso mostra um caminho para empresas de consumo. Outras companhias, dos segmentos de bebidas e de alimentos, vão seguir essa tendência", diz um grande fornecedor desses setores.
Além da proximidade do consumidor, as empresas reduzem risco de roubo de cargas nas estradas.

CASA NOVA
Para colocar em prática a nova estratégia de distribuição da empresa no país, o executivo Manoel Corrêa acaba de assumir a direção-geral da Saint-Gobain Distribuição Brasil, que detém as bandeiras Telhanorte, Pro Telhanorte e Center Líder.
A companhia começou a instalar um centro de distribuição em Guarulhos (SP) que substituirá o de Jundiaí (SP). "O próximo passo é ampliar a presença no mercado brasileiro, uma vez que a Telhanorte está em São Paulo, Minas e Paraná", diz Corrêa, há 25 anos no grupo Saint-Gobain. O novo diretor-geral não declara para quais Estados a empresa pretende expandir.
O grupo planeja ampliar também o volume de investimentos no Brasil. Com 41 lojas, a Saint-Gobain Distribuição Brasil concluiu no ano passado a incorporação da bandeira Center Líder.

Nova rota 1 O momento de indefinição do mercado europeu não afetou o interesse pelas oportunidades de investimento no Brasil, principalmente nas áreas de energia, petróleo e infraestrutura. É o que concluiu seminário do Bradesco BBI, em Londres, na terça e na quarta-feira passadas, com mais de 70 gestores globais, que administram patrimônio superior a US$ 3 trilhões.

Nova rota 2 "Ficou claro que o volume de investimentos programado pelas empresas brasileiras é um diferencial neste momento", disse o diretor-gerente do BBI, Luiz Galvão. O total de investimentos deve superar US$ 540 bilhões nos próximos dez anos nas áreas de óleo e gás, energia elétrica e energias renováveis, segundo Maurício Tolmasquim, presidente da EPE.

O QUE ESTOU LENDO

Reprodução


Bernard Mencier, consultor e ex-presidente do BNP Paribas

O executivo aproveita o tempo livre para ler "Winston Churchill", de François Kersaudy, em francês. "Uma visão mais independente do grande homem que foi Churchill." Também fazem parte de sua biblioteca "Nova Antologia Poética", de Afonso Félix de Sousa, e obra do embaixador Rubens Barbosa sobre o Mercosul.

CAIXEIRO-VIAJANTE

Antonio Carlos Guimarães, presidente da Syngenta Proteção de Cultivos América Latina

À frente da Syngenta, Antonio Carlos Guimarães faz cerca de cinco viagens internacionais por mês. Chega a ficar apenas um dia em seus destinos. Nas últimas semanas, sua maior estadia foi de três dias, no Peru, onde assumiu a presidência de uma entidade do setor. Seguiu também para Colômbia, Nova York e Canadá. Voltou a Carolina do Norte (EUA) e foi a Buenos Aires. A cada três semanas, vai à Suíça, sede da empresa. Como viajante, a dica de Guimarães é fazer logo o check-in, ir para o restaurante no próprio aeroporto e fazer uma refeição antes de embarcar.
"Se eu não perco tempo para jantar no avião, posso dormir e descansar mais."
com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e FLÁVIA MARCONDES



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