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Brasileiro não engole alimento pela web
Ao contrário do que ocorre em outros países, hábito de comprar comida e roupa é mais raro no Brasil, diz pesquisa
Para executivo do
Pão de Açúcar, brasileiro
tem a necessidade de
provar produtos antes
de levá-lo para casa
ÁLVARO FAGUNDES
DE SÃO PAULO
Os alimentos e os artigos
de vestuário ainda não ocupam muito espaço no carrinho de compras dos internautas brasileiros, ao contrário do que ocorre em países
como EUA e Japão.
Um levantamento realizado por uma consultoria norte-americana mostra que
equipamentos eletrônicos e
livros representam cerca da
metade das compras on-line
dos brasileiros, números similares aos que são vistos em
outros países.
No entanto, o mesmo não
acontece nem com alimentos
nem com roupas.
No ano passado, 7% dos
brasileiros disseram ter comprado comida pela internet,
quase metade do visto nos
Estados Unidos e muito distante dos vistos na Ásia.
No Japão, por exemplo,
35% dos entrevistados afirmaram ter adquirido alimentos on-line em 2009, diz a
pesquisa da Survey Sampling International.
Um cenário parecido ocorre quando o assunto é vestuário. Enquanto no Brasil
24% disseram ter comprado
pela roupa na internet, em
países como China, EUA e Japão esse número se aproxima ou até ultrapassa os 50%.
Para João Edson Gravata,
diretor do Pão de Açúcar, a
explicação para a diferença
nos hábitos é que o brasileiro
gosta de provar os produtos
antes de levá-lo para casa
-ou, no caso, antes do clique
definitivo no mouse.
"O brasileiro tem o hábito
de tocar, ver, sentir o cheiro.
Ele gosta de provar, de ver
como a roupa veste", diz o
executivo da rede varejista.
Ele afirma que, no Grupo
Pão Açúcar, a venda de alimentos vem mantendo a regularidade de crescimento
nos últimos 15 anos, mas não
na mesma proporção que a
dos não alimentos.
SATISFAÇÃO
A pesquisa mostra ainda
que 36% dos brasileiros disseram ter ficado "altamente
satisfeitos" com suas compras on-line em 2009, ficando atrás apenas dos americanos, com 47% de aprovação.
O principal motivo para a
satisfação dos brasileiros são
os preços mais baixos que
nas lojas físicas, seguido pela
variedade de opções.
"O preço mais baixo é um
dos fatores fomentadores de
satisfação que a maioria dos
países tem em comum", afirma Rene Bos, da Survey Sampling International.
Já entre os brasileiros insatisfeitos com as compras pela
internet (que representam
6% dos entrevistados), a
principal reclamação é que
não dá comprar um produto
sem antes vê-lo.
A outra reclamação mais
frequente é que eles não querem esperar muito tempo para receber o produto. A preocupação com a segurança do
pagamento, que é o principal
temor do internauta norte-americano, é o terceiro item
entre os brasileiros.
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