São Paulo, segunda-feira, 06 de junho de 2011

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"Informação atrai investidor para Bolsa"

Para os ombudsmans das Bolsas de São Paulo e Madri, transparência é estratégica para o mercado de capitais

Cargo no mercado brasileiro foi criado em 2001, inspirado pelo Protetor do Investidor, da Bolsa espanhola

Gabo Morales/Folhapress
O ombudsman da BM&FBovespa, Izalco Sardenberg, e o Protetor do Investidor da Espanha, Carlos Fernández González

GIULIANA VALLONE
DE SÃO PAULO

A melhor forma de atrair investidores para o mercado de ações é aumentar o nível de informações disponíveis aos participantes.
A opinião é dos responsáveis pela proteção dos aplicadores no Brasil e na Espanha, os chamados ombudsmans das Bolsas de Valores.
"Em geral, tudo que supõe transparência gera um maior acúmulo de ordens na Bolsa e, em consequência, um maior volume de negócios", afirmou à Folha Carlos Fernández González, Protetor do Investidor da Bolsa de Madri desde 2001.
E, de acordo com ele, o papel do protetor é precisamente fomentar a transparência e a confiança entre os mediadores e os clientes da Bolsa.
O cargo de González, criado na Espanha em 1991, inspirou o início das atividades do ombudsman da BM&FBovespa -em 2001-, posto ocupado atualmente por Izalco Sardenberg.
O ombudsman de Madri afirma que a criação do cargo trouxe melhorias para o mercado espanhol e, consequentemente, mais investidores.
"Foi estabelecido um trabalho informativo, como consequência da difusão das soluções das reclamações, além de uma solução rápida dos conflitos que chegam à Bolsa", disse.
Para Sardenberg, a grande discussão nos mercados de capitais atualmente é como desenvolver mais oportunidades de investimentos dentro das leis e das normas de segurança do setor.
"O ideal é cumprir as normas, tanto as estabelecidas pelos poderes públicos quanto pelas próprias companhias, mirando sempre a proteção do cliente e a transparência", disse González.
A Bovespa tem a meta de ter cinco milhões de investidores pessoas físicas até 2015. Para alcançar esse objetivo, a instituição tem investido principalmente na educação financeira.
"O investimento em ações é muito mais complexo do que outros tipos de aplicação com os quais os brasileiros estão mais acostumados", afirmou Sardenberg.
"No investimento em renda variável, você precisa ter informações mais precisas. Ele demanda maior participação, maior educação do investidor, então é por isso que a Bolsa e as corretoras investem bastante nisso."

RECLAMAÇÕES
O número de reclamações atendidas pelo ombudsman na Bolsa de Valores de São Paulo caiu para 735 em 2010, ante 1.058 em 2009.
Para Sardenberg, uma das possibilidades para a queda é, justamente, o maior nível de informações ao qual os investidores têm acesso hoje.
"As reclamações têm diminuído desde a criação do cargo. Talvez isso possa ser atribuído ao fato de que os investidores estão mais bem informados do que no passado, mas não temos ainda meios de avaliar exatamente."


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