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Embratel se fortalece contra Oi e Vivo
Negócio indica que bilionário mexicano, dono da empresa, aposta no fim de limite estrangeiro em TV no país
Projeto em tramitação no Congresso prevê
fim da restrição a capital externo no setor
de telecomunicações
TONI SCIARRETTA
JULIO WIZIACK
DE SÃO PAULO
A dona da Embratel, maior
empresa de telefonia de longa distância e de transmissão
de dados do país, decidiu fazer uma oferta milionária para a compra de ações dos minoritários da Net, que atua
com televisão a cabo e internet em banda larga.
A operação, que pode bater R$ 4,6 bilhões, acontece
uma semana após a venda da
participação da Portugal Telecom na Vivo aos espanhóis
da Telefónica e a entrada dos
portugueses na Oi.
O objetivo, segundo analistas, é fechar o capital da
Net, trazer os negócios de TV
e de internet para dentro da
Embratel e formar a primeira
empresa de comunicação
com atuação simultânea nos
segmentos de telefonia fixa,
móvel, internet e TV paga.
As empresas do grupo já
vendem pacotes conjuntos,
mas as receitas são divididas.
A Net chega a 11 milhões de
residências, tem 46,1% do
mercado da TV paga e 25%
da internet banda larga.
Em maio passado, a Folha
revelou que Carlos Slim, homem mais rico do mundo e
controlador da Embratel e da
Claro e sócio da Net, decidiu
fundir as três empresas e deixá-las sob o comando do
atual presidente da Embratel, José Formoso Martínez.
Com isso, ele pretende gerar economias de custo para
enfrentar as gigantes Telefônica e Oi/Portugal Telecom.
A Embratel está no bloco
controlador da Net desde
2004, quando a mexicana
comprou parte dela (antiga
Globocabo) do grupo Globo.
Ela tem pelo menos 38% das
ações ON (com voto), e o grupo Globo, o restante.
MINORITÁRIOS
Em 2004, Slim fez um
acordo para comprar a participação do grupo Globo na
Net. O negócio só não aconteceu ainda porque as regras
brasileiras impedem estrangeiros de controlar TVs no
Brasil. Um projeto de lei que
tramita no Congresso prevê o
fim dessa limitação.
A oferta ontem foi dirigida
aos acionistas minoritários
preferencialistas, sem direito
a voto. Pela proposta, a holding da Embratel deve pagar
um prêmio de 23% acima do
preço médio das ações nos
últimos 30 dias. A operação,
que é coordenada pelo Itaú
BBA, não tem data definida.
As ações PN da Net tiveram alta de 13,21% na Bolsa.
Segundo Eduardo Tude,
da consultoria Teleco, a Embratel decidiu se antecipar à
mudança da lei e ampliar sua
participação. Para Tude, a
compra da parte da Globo na
Embratel é uma realidade. "A
Embratel quer estar pronta
quando a lei mudar."
Na avaliação do banco
Barclays, a oferta da Embratel para os preferencialistas
ainda é baixa, tendo em vista
os ganhos tributários da ordem de US$ 800 milhões e de
sinergia que virão com a consolidação do negócio.
"Apesar de o controle seguir nas mãos da Globo até a
aprovação da nova lei, nossa
visão é que a Embratel terá
incentivo para aumentar a
lucratividade", afirmou.
Colaborou ELVIRA LOBATO, do Rio
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