São Paulo, terça-feira, 06 de setembro de 2011

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Netflix vai faturar no Brasil só em 2013

Para locadora americana, é hora de firmar marca; primeiro mês do serviço será gratuito a usuários cadastrados

Disseminação de banda larga é desafio para consolidar o serviço de transmissão on-line, que custa R$ 14,99

PAULA LEITE

EDITORA-ASSISTENTE DE MERCADO

CAMILA FUSCO
DE SÃO PAULO

Recém-desembarcada no mercado brasileiro com seus serviços de assinatura de vídeos, a locadora on-line americana Netflix acredita que conseguirá ser rentável apenas em dois anos.
Em entrevista à Folha, o fundador, Reed Hastings, afirmou acreditar no aumento do consumo nacional de vídeo, mas reconhece que levará tempo para tornar a marca conhecida no país.
"A Netflix é desconhecida no Brasil. Nos primeiros dois anos após o lançamento, deveremos perder dinheiro, mas é o preço a pagar para criar a marca e desenvolver a reputação do serviço", disse.
Seu serviço de assinatura de filmes e séries, anunciado ontem, custará R$ 14,99 mensais. Para divulgar a marca, a Netflix terá um mês grátis. O serviço permitirá aos usuários assistirem aos filmes e séries pela internet e por equipamentos conectados à rede, entre eles consoles de videogame, tablets e TVs que tenham o aplicativo.
Segundo Hastings, as "TVs inteligentes", que permitem conexão à internet , de marcas como Sony, LG, Samsung e Toshiba, devem trazer o atalho para o serviço de filmes ao Brasil até o fim do ano.

QUALIDADE DA REDE
Questionado sobre a qualidade da banda larga no país, fator considerado crucial para o sucesso do serviço de vídeo on-line, Hastings reconhece que o Brasil ainda tem a melhorar.
Dos cerca de 42 milhões de brasileiros conectados à internet, menos de 6% têm velocidade de conexão para transmissão razoável, segundo especialistas ouvidos pela Folha.
"Se o usuário brasileiro consegue assistir ao YouTube, conseguirá assistir a Netflix, mas nem todos", disse.
Nos EUA, onde tem 25 milhões de consumidores, a Netflix opera também na distribuição física de DVDs, o que não deverá se repetir na América Latina.

CONTEÚDO LOCAL
Além do Brasil, primeiro país a ter as operações na região, a Netflix lançará seu serviço na Argentina, no Uruguai, no Paraguai e em outras seis nações nesta semana.
No Brasil, a empresa fechou o licenciamento da série "Polícia 24 Horas" com a TV Bandeirantes.
Um contrato com a Globo foi fechado para fornecer conteúdo só a outros países latinos, mas as negociações continuam no Brasil.
"À medida que crescemos, os produtores locais ficarão mais confortáveis".
No Brasil, outros dois concorrentes tentam crescer com a oferta de conteúdo local, a Netmovies, hoje com 35.000 títulos em DVDs e 4.000 em streaming, e o Terra, com o serviço Terra TV Video Store.


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