São Paulo, terça-feira, 06 de setembro de 2011

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Empresa vai à China em busca de matéria-prima 'exclusiva'

Metais de 'terras raras' estimulam instalação de fábricas no país

KEITH BRADSHER
DO "NEW YORK TIMES", NA CHINA

A China há muito utiliza o acesso à sua gigantesca base de consumidores e sua força de trabalho barata como argumento para convencer empresas estrangeiras a abrir fábricas em seu território.
Agora, dizem executivos de grandes empresas, ela utiliza seu quase monopólio sobre certas matérias-primas -como metais usados na fabricação de carros híbridos, celulares e lâmpadas de baixo consumo- para estimular a expansão de fábricas.
As companhias que fabricam fora da China enfrentam oferta restrita e preços elevados para os insumos, devido a impostos altos e ao controle de exportação chinês.
A Showa Denko e a Santoku, do Japão, e a Intematix, dos EUA, estão ampliando as fábricas na China, porque precisam de acesso às matérias-primas conhecidas como metais de "terras raras", elementos químicos essenciais para a indústria de computadores e smartphones.
"Nós sabíamos o que viria, por isso compramos equipamentos e nos instalamos na China", disse Mike Pugh, da americana Intematix.
A companhia produz compostos fosfóricos à base de "terras raras", usados na fabricação de LEDs e LCDs.
A política chinesa quanto às "terras raras" é conduzida diretamente pelo primeiro-ministro Wen Jiabao, de acordo com funcionários e documentos do governo chinês.
Wen, geólogo, conduziu neste ano duas revisões sobre o tema em reuniões do Conselho de Estado, o gabinete chinês. Em visita à Europa no final de 2010, ele disse que pouca coisa acontecia no ramo de "terras raras" sem seu envolvimento.
A tática adotada pela China viola regras de comércio, segundo governos e organizações mundiais.
As minas chinesas respondem por mais de 90% das "terras raras" mundiais. O país elevou os impostos de exportação da matéria-prima a até 25%, além de 17% de imposto sobre valor adicionado.

Tradução de PAULO MIGLIACCI


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