FÁBIO AMATO
DE BRASÍLIA

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o aumento do IOF deve levar alguns dias para fazer efeito e descartou novas ações do governo visando conter a valorização do real. Ele admitiu, entretanto, que a medida é apenas um "paliativo".
Para Mantega, a medida deve surtir efeito nos próximos dias. "Certamente vai diminuir o fluxo de capital de curto prazo em aplicações financeiras", disse. "Há remédios que não fazem efeito no dia seguinte. Você toma um antibiótico e, às vezes, tem que tomar uma semana para que tenha efeito."
O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, disse que o aumento da alíquota do IOF é positivo porque inibe o investimento externo de curto prazo, "aquele que está mais olhando para as variações de câmbio".
Para ele, a medida diminui a volatilidade do câmbio e da relação com o título da dívida pública e está em linha com a estratégia de alongar o título e com o perfil de estrangeiro que o Tesouro quer no país.
Augustin defendeu investimento externo de médio e longo prazos, "o que vem para ficar, e não o que vem e eventualmente sai em um prazo mais curto e, portanto, de maior volatilidade".
Mantega diz que levará o problema aos encontros do FMI (Fundo Monetário Internacional), nesta semana, e do G20, em novembro.
"Estamos vendo que cada dia países tomam medidas para impedir que haja valorização de suas moedas. Ninguém quer perder a guerra comercial. Temos que discutir em conjunto para achar uma saída em comum."