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Para permitir entrada da PT, Telemar muda acordo
Companhia portuguesa vai investir R$ 1,2 bi na empresa-mãe do grupo Oi
Será alterada a regra que diz que só indicam membros do Conselho os sócios com pelo menos 9% das ações
Leo Pinheiro - 10.mai.2010/‘Valor’/Folhapress
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Otávio Azevedo, presidente do grupo Andrade Gutierrez
ELVIRA LOBATO
JANAINA LAGE
DO RIO
A Telemar Participações,
empresa-mãe do grupo Oi,
mudará seu acordo de acionistas para viabilizar a entrada da Portugal Telecom no
quadro societário.
O grupo português, conforme anunciado no final de
julho, aceitou pagar até
R$ 8,4 bilhões para ser acionista da Oi, e continuar no
mercado brasileiro, depois
que vendeu para a Telefônica
a sua parte na Vivo. Parte do
investimento, R$ 1,2 bilhão,
será gasto na compra de 10%
da Telemar Participações.
Segundo o presidente do
grupo Andrade Gutierrez,
Otávio Azevedo, o BNDESPar
(BNDES Participações) e os
fundos de pensão Previ (dos
empregados do Banco do
Brasil), Petros (dos empregados da Petrobras) e Funcef
(dos funcionários da Caixa
Econômica Federal) reduzirão proporcionalmente sua
participação no capital da
holding do grupo Oi de modo
que a Portugal Telecom consiga os 10% almejados.
A Petros e a Funcef, que
hoje têm 10% da holding, ficarão com menos de 9% cada
uma. O BNDES deve reduzir
sua participação de 16,89%
para cerca de 13%. A Previ,
que tem 12,95%, também terá
sua participação diminuída.
O acordo de acionistas
atual estabelece que para indicar um membro para o
Conselho de Administração
da holding o sócio precisa ter
uma participação societária
de, no mínimo, 9%.
O novo acordo vai reduzir
esse percentual para permitir
que todos os acionistas possam ter um representante no
conselho da holding e nos
conselhos das empresas controladas. "Isso está pacificado. Nenhum acionista perderá poder político na companhia", disse Azevedo.
A entrada da Portugal Telecom não altera o controle
da Telemar Participações,
que continua nas mãos dos
grupos La Fonte (família Jereissati) e Andrade Gutierrez,
e do fundo de pensão Atlântico, dos empregados da Oi. Na
soma, os três têm 50,1% do
capital da Telemar Participações e indicam o presidente e
um diretor da companhia.
Azevedo estimou que a entrada da Portugal Telecom na
Oi deverá ser formalizada em
contrato em até 30 dias. A
operação espera aprovação
da Anatel (Agência Nacional
de Telecomunicações).
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