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FOCO
Em SC, moradores de luxo se unem a pescadores contra Eike
FELIPE BÄCHTOLD
DE SÃO PAULO
Moradores do principal
balneário de luxo de Florianópolis -onde casas custam
até R$ 6,5 milhões- estão se
unindo a pescadores e ambientalistas contra um projeto do empresário Eike Batista
nas proximidades da praia
de Jurerê, litoral catarinense.
Eike pretende construir
um estaleiro para navios de
petróleo em Biguaçu. A obra
ficaria na mesma baía onde
está a praia e, dizem os ambientalistas, ameaça a fauna
marinha e poluiria o mar.
A divisão local do ICMBio,
órgão do governo federal, rejeitou finalizar o licenciamento ambiental por entender que o estaleiro afetaria
também reservas ecológicas.
O caso virou prioridade
para políticos locais, que
pressionam os Ministérios do
Meio Ambiente e da Pesca
pela obra. Enquanto isso, os
moradores organizam manifestações e contatam deputados e órgãos de governo.
Um dos diretores da Associação Jurerê Internacional,
Gerson Dalcanale, diz que,
em uma assembleia no bairro, quase todos se declararam contrários ao estaleiro.
O medo é que dragagens e
o trânsito de embarcações
nas proximidades prejudiquem a praia. "Não há muita
clareza nos estudos sobre as
consequências", diz.
Frequentada por celebridades, Jurerê Internacional é
uma espécie de condomínio
de luxo aberto. Moradores
pagam mensalidade para
que as ruas sejam cuidadas e
casas não têm grades.
Moradores de praias vizinhas, como Daniela e Sambaqui, também são contrários à obra. Em julho, uma
audiência pública teve manifestações e confusão.
OUTRO LADO
O projeto de Eike é orçado
em R$ 3 bilhões. A empresa
fala em levar o empreendimento para o Rio. Uma decisão sobre o licenciamento
pode ocorrer ainda este mês.
O grupo EBX afirma que o
estaleiro vai gerar impacto
por ser um empreendimento
de grande porte, mas que há
uma série de ações de contraponto a isso. E ressalta a geração de empregos -estimada em 4.000 diretos- e a previsão de ações sociais.
O EBX diz que já investe
em ações de monitoramento
de fauna e flora e até em um
programa para contribuir na
preservação de botos. Fala
ainda em manter uma discussão "de ordem técnica".
Empresas do grupo também já sofreram para obter licenças. No Ceará, as obras de
uma termelétrica foram interrompidas e, em Mato Grosso do Sul, a MMX foi multada
por uso de madeira ilegal.
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