São Paulo, domingo, 06 de novembro de 2011

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Agilidade privada acelera reforma no circuito

DO ENVIADO A BELO HORIZONTE

O ex-governador Aécio Neves bancou o Assis Chateaubriand pós-moderno, ligando pessoalmente para os grandes empresários e pedindo patrocínio já em 2008.
O script -do destino dos museus aos arquitetos envolvidos- foi concebido pelo governo, mas a execução, delegada às empresas.
Como explica Helena Mourão, diretora do Museu das Minas e do Metal: "Temos auditorias e licitações, mas nos livramos da burocracia e conseguimos respostas rápidas a qualquer problema".
"Pela transparência nas contas públicas, há diversas amarras legais que atrasam e interrompem licitações", conta Andrea Neves, irmã de Aécio, mais poderosa dentro do governo mineiro do que indica seu título oficial, de presidente do Serviço Voluntário de Assistência Social. "Como o governador Anastasia, sou fã das parcerias público-privadas", afirma.
Outro obstáculo ao circuito era a legislação de patrimônio histórico, que poderia retardar em anos a destruição de qualquer parede. Andrea organizou exposição ao ar livre na própria praça da Liberdade, com exemplos "do diálogo entre o novo e o velho na arquitetura pelo mundo, de intervenções ousadas que deram certo", diz a própria.
Paulo Mendes da Rocha, autor da reforma da Pinacoteca de São Paulo, fez um anexo rosa ao museu de Eike. Ali, Marcello Dantas, diretor do Museu da Língua Portuguesa, criou um elevador virtual onde D. Pedro 2º vira guia nas profundezas da mina de Morro Velho.
O cenógrafo Gringo Cardia põe o visitante no Memorial Minas Vale no meio de uma conversa dos inconfidentes e reproduz a Casa da Ópera de Vila Rica.
Em outra sala, a formação do povo mineiro é projetada em uma enorme mão. O artesanato do vale do Jequitinhonha e os poemas de Drummond ganham outras salas.
No cubo do Espaço TIM-UFMG, a fachada de vidro vira telão digital com projetores de alta potência.
Em obras, o futuro Museu do Automóvel terá 150 carros antigos na garagem do Palácio da Liberdade.
Por ora, o renascimento só não chegou à mais importante construção arquitetônica da praça. Com sua fachada sofrida, o Edifício Niemeyer, talvez o mais belo prédio residencial do centenário arquiteto, parece clamar por um patrocínio. (RJL)


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