São Paulo, sexta-feira, 07 de janeiro de 2011

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Safra de caju tem maior quebra em 20 anos

Lote de 500 toneladas de castanha, importado de Gana, chega ao Brasil neste mês

DE SÃO PAULO

A safra de caju no Brasil registra a maior quebra dos últimos 20 anos, segundo dados de produtores e da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).
O volume produzido da fruta entre outubro de 2010 e fevereiro deste ano deve ser de 1,2 milhão de toneladas, metade da safra anterior.
A produção de castanha deve fechar a atual safra em 150 mil toneladas, de acordo com levantamento do Sindicaju (Sindicato das Indústrias de Beneficiamento de Castanhas de Caju).
Dois motivos explicam a queda na safra. O primeiro são as mudanças climáticas, com ventos fortes, tempo quente e chuvas irregulares, em agosto e setembro.
Outro fator, diz a Embrapa, é a necessidade de renovação dos pomares, que já estão com 30 anos de cultivo.
Com a queda, o preço da castanha de caju "in natura" subiu de R$ 1,05 o quilo, no ano passado, para os atuais R$ 2,05, sem o ICMS.
As empresas também já sentem os efeitos. Pelo menos quatro indústrias no Ceará (Estado que concentra a maior parte da atividade) estão paradas há quatro meses, de acordo com o Sindicaju. Os funcionários tiveram férias coletivas.
A estimativa das organizações é que a dificuldade do setor atinja mais de 200 mil pessoas que trabalham em todas as áreas da cultura de caju no Nordeste.
Para amenizar a preocupação decorrente da falta de matéria-prima, o Brasil começa a realizar importações de países da África.
Inicialmente, um volume de 500 toneladas de castanha deve chegar de Gana no dia 20. A importação de mais 72 mil toneladas está acertada para fevereiro.
Para o pesquisador da Embrapa Vitor Hugo de Oliveira, a queda precisa ser revertida para evitar que o país perca espaço para outros exportadores, como Índia e Vietnã.
"O Brasil tem que abrir os olhos para os principais competidores", afirma.
Atualmente, o país é o terceiro maior exportador do produto no mundo.
(NATÁLIA CANCIAN)


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