São Paulo, sexta-feira, 07 de janeiro de 2011

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Veículos têm seu pior ano no saldo do comércio exterior

Importação supera exportação em 158 mil unidades, maior número da série iniciada em 1990, diz a Anfavea

Fatia de importados na venda sobe de 15,6% para 18,8% do total em 2010; exportação recupera nível pré-crise

TATIANA RESENDE
DE SÃO PAULO

A desvalorização do dólar ante o real levou o saldo comercial da indústria automotiva a mais um resultado negativo, com 158 mil veículos importados a mais em 2010 que os exportados, segundo a Anfavea (associação das montadoras brasileiras).
O resultado foi o pior da série histórica iniciada em 1990 e considera apenas automóveis, comerciais leves, ônibus e caminhões montados. No ano anterior, primeira vez em que isso aconteceu, o número era menor (121 mil).
Já em 2008, havia ficado positivo, com 193 mil exportados a mais do que a soma trazida de outros países. Os importados totalizaram 660,1 mil unidades no ano passado, com expansão de 35%. Com isso, a participação nas vendas passou de 15,6% para 18,8% do total.
Para este ano, a projeção do presidente da entidade, Cledorvino Belini, é que esse nível suba ainda mais, a 22%.
Vale lembrar que a maior parte é trazida da Argentina e do México pelas próprias montadoras instaladas no país, devido a acordos para isenção na alíquota de importação (35%), seguindo a logística de produção.

ASIÁTICOS
O executivo ressalta, no entanto, que a participação de outros países vem crescendo em um ritmo mais forte, principalmente os asiáticos Coreia do Sul e China.
No acumulado do ano até novembro, Argentina e México responderam por 63,7% dos veículos trazidos do exterior, patamar inferior ao registrado em 2009 (69,3%).
"O automóvel é o item que dá mais egostatus", afirma Heymann Leite, professor do CEA (Centro de Estudos Automotivos), sobre o fascínio gerado pelos importados mais caros no Brasil, lembrando de consumidores que preferem ter um carro de luxo financiado em várias prestações e morar em um apartamento alugado.
Na outra ponta, as exportações fecharam o ano com acréscimo de 61,1%, totalizando 765,7 mil unidades e recuperando o nível pré-crise, mas puxadas pela expansão de 145,3% de veículos desmontados (263,2 mil), que têm menor valor agregado.
Por isso, a alta nas vendas externas foi de 49,7% em valor. Com o impulso do mercado interno, registrando vendas recordes pelo quarto ano (3,52 milhões), a produção também atingiu uma nova marca (3,64 milhões) em 2010. Mas, se a previsão da Anfavea para este ano se concretizar, os licenciamentos (3,69 milhões) ultrapassarão a fabricação (3,68 milhões).
Sobre a medida cambial anunciada pelo governo, a expectativa de Belini é que o dólar reaja ou ao menos deixe de cair: "É uma medida saudável para todos os setores manufatureiros".

FOLHA.com
Montadoras esperam redução nas vendas
folha.com.br/mm855928


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