São Paulo, segunda-feira, 07 de junho de 2010

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Forte expansão ajudou a reduzir taxa de juro

DE BRASÍLIA

A entrada dos grandes bancos no crédito consignado, principalmente a partir de 2007, ajudou a manter a expansão dessa modalidade de crédito e reduziu ainda mais as taxas de juros para os consumidores.
O consignado é a segunda modalidade que mais cresce dentro do crédito destinado à pessoa física, com avanço de 38% em 12 meses -fica atrás apenas dos financiamentos concedidos para a compra da casa própria.
A taxa média dos juros cobrados (27% ao ano) é cerca de metade da verificada no crédito pessoal (56% ao ano), o que reduz a margem de ganho para os bancos.
"O risco de inadimplência é pequeno, mas a rentabilidade também é. E ela vem se achatando nos últimos anos. Hoje, a competitividade está extremamente acirrada", afirma o economista João Augusto Salles, da consultoria Lopes Filho.
Segundo ele, a concorrência com o consignado das instituições menores afetou os grandes bancos, que foram obrigados a entrar nesse segmento, apesar do lucro menor em relação ao crédito pessoal.
"Foi uma quebra de paradigma. Tudo mudou a partir de 2007 e 2008. O produto [crédito consignado] passou a ter mais demanda, e o consumidor começou a cobrar o seu banco. Por isso, as grandes instituições financeiras foram forçadas a entrar nesse segmento", diz Salles.
Analistas financeiros e bancos avaliam que, para manter esse avanço nos próximos anos, será necessário ampliar o acesso dos trabalhadores do setor privado ao crédito consignado.
O presidente da ABBC (associação dos bancos médios e pequenos), Renato Oliva, diz que os servidores públicos e aposentados, que respondem por 85% desses empréstimos, estão no limite da sua capacidade.
Por outro lado, o ganho de escala ainda restringe o crescimento entre o resto da população, pois são poucas as empresas com quadro de funcionários comparável ao de uma prefeitura ou de um governo estadual.
"O setor público e o INSS [Instituto Nacional do Seguro Social] já estão relativamente atendidos, e o crescimento será marginal. No setor privado, o avanço não é tão rápido, pois é mais demorado conquistar várias empresas do que fazer o convênio com uma prefeitura."


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