São Paulo, quarta-feira, 07 de julho de 2010

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País é 4º mais difícil para estrangeiro abrir subsidiária

São necessários 166 dias para iniciar operações, 3 vezes mais que a média global, afirma estudo do Banco Mundial

Todos os demais Brics têm melhor avaliação que o Brasil em índice de facilidade para estrangeiro abrir firma

DE SÃO PAULO

O Brasil é o quarto país em que as empresas estrangeiras demoram mais tempo para conseguir abrir subsidiária, com a burocracia exigindo quase meio ano para que possam começar a operar.
As companhias estrangeiras necessitam de 166 dias para iniciar operações no Brasil, ou três vezes mais que a média mundial, segundo levantamento do Banco Mundial com 87 países.
Em tempo, as dificuldades para um estrangeiro abrir uma empresa no Brasil só perdem para as de Angola, Haiti e Venezuela.
Em países como Canadá e Ruanda, é necessário menos de uma semana para a abertura de subsidiária.
A dificuldade para uma empresa abrir subsidiária é um dos itens pesquisados pelo organismo multilateral para avaliar as condições de um país para receber investimento estrangeiro direto, setor que se recupera neste ano após cair 40% em 2009.
"O investimento estrangeiro direto é crítico para o desenvolvimento de um país, especialmente em tempos de crise econômica", disse, em nota, o vice-presidente do Bird Janamitra Devan.
"Ele traz capital novo e mais comprometido, introduz tecnologias e estilos de gerenciamento, ajuda a criar empregos e estimula a competição para baixar os preços e melhorar o acesso da população a bens e serviços."
No índice geral de facilidade de estrangeiros iniciarem a operação em um país (que leva em conta oito fatores, como a exigência de capital mínimo), o Brasil também fica na metade de baixo da tabela, em 57º lugar.
Todos os Brics (grupo formado ainda por Rússia, Índia e China) tiveram melhor avaliação que a brasileira.
O Banco Mundial, porém, reconhece que, além dos marcos regulatórios, os investidores são atraídos por fatores como tamanho dos mercados, recursos naturais disponíveis e preços baixos.
Na semana passada, o Banco Central reduziu a sua previsão de entrada de investimento estrangeiro neste ano no Brasil, de US$ 45 bilhões para US$ 38 bilhões, devido à crise na Europa.
O resultado, se confirmado, será superior ao do ano passado, quando entraram US$ 26 bilhões no país, mas abaixo do recorde de US$ 45 bilhões em 2008 -a crise global só chegou ao país em setembro daquele ano, com a quebra do Lehman Brothers.


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