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Brasil será 7ª economia em 2011, diz FMI
Projeção é que PIB brasileiro passe o da Itália; crescimento estável faz país retomar posição perdida em 1996
Fundo Monetário Internacional calcula em US$ 2,19 trilhões o tamanho do PIB do Brasil no próximo ano
ÉRICA FRAGA
DE SÃO PAULO
A presidente eleita, Dilma
Rousseff, vai governar a sétima maior economia mundial, posto que o Brasil alcançará em 2011, segundo a projeção mais recente do Fundo
Monetário Internacional.
Não será a primeira vez
que o país terá chegado lá. A
última foi em meados dos
anos 90. Mas o Brasil só sustentou a sétima posição por
dois anos, indo ladeira abaixo a partir de 1996 até baixar
ao 12º lugar em 2002.
Desde então, a volatilidade do crescimento econômico do país diminuiu. Ou seja:
o tradicional sobe e desce, ou
os chamados voos de galinha, deu lugar à maior estabilidade na trajetória de expansão econômica.
O resultado é que a projeção do Fundo revisada em
outubro indica que o país
permanecerá no posto de sétima maior economia até, pelo menos, 2015, último ano
para o qual há previsões.
Nos últimos anos, a economia brasileira ultrapassou
em tamanho a canadense e a
espanhola. Em 2010, quase
empata com a Itália.
A implicação geopolítica
para o futuro governo Dilma
dessa consolidação do Brasil
entre as potências econômicas pode ser resumida em um
clichê: quanto maior o poder,
maior a responsabilidade.
"O Brasil está ocupando a
posição de países desenvolvidos e, com isso, cresce seu
prestígio nas negociações internacionais", diz Ernesto
Lozardo, professor de economia da Eaesp-FGV e autor do
livro "Globalização - A Certeza Imprevisível das Nações".
A contrapartida é resumida por Fernando Cardim,
professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro:
"As responsabilidades do
país continuarão aumentando e o novo governo terá de
mostrar se está preparado
para isso".
De acordo com especialistas, para que o peso econômico do Brasil continue se
traduzindo em crescente voz
política, Dilma terá de consolidar os avanços alcançados
pela política externa de Lula,
como a posição de maior destaque nos fóruns globais.
Mas precisará também lidar com seu legado polêmico, que inclui aproximação
com o governo do Irã e críticas a dissidentes cubanos.
DÚVIDAS
Antes da posse de Dilma,
já pairam sobre o novo governo dúvidas sobre seu compromisso com o tripé macroeconômico -responsabilidade fiscal, metas de inflação e câmbio flutuante- que
ajudou o Brasil a consolidar a
estabilidade econômica e
galgar posições no ranking
de maiores economias.
Para Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú Unibanco, a manutenção da política
fiscal expansionista mesmo
após o Brasil ter emergido da
crise e a declaração recente
do ministro Guido Mantega
(Fazenda), que disse não haver relação entre controle do
gasto público e o nível de juros no país, alimentam esses
questionamentos.
"Uma política fiscal menos
rigorosa torna o tripé capenga ao forçar um aumento de
juros e, com isso, uma taxa
de câmbio mais valorizada",
diz Goldfajn.
Juros mais elevados para
conter o impacto inflacionário de uma política fiscal expansionista tenderiam a prejudicar o crescimento do país
nos próximos anos.
Em declarações depois da
eleição, Dilma tem tentado
dirimir dúvidas em relação
ao seu compromisso com a
responsabilidade fiscal. O
mercado, por enquanto, parece estar dando à presidente
eleita o benefício da dúvida.
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