São Paulo, terça-feira, 07 de dezembro de 2010

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Agregador de notícia movimenta US$ 500 milhões

Serviço está na mira das empresas jornalísticas, que pretendem cobrar direitos pelo conteúdo distribuído

Associated Press lança projeto para criar uma câmara de compensação que vai cobrar royalties pelo material produzido

MARIANA BARBOSA
DE SÃO PAULO

Os agregadores de notícia, ou crawlers, serviços que varrem a web em busca de notícias de um determinado assunto, estão na mira das empresas jornalísticas.
Esses serviços, como os "Alertas" do Google, por exemplo, movimentam algo como US$ 500 milhões, distribuindo conteúdo produzido por terceiros, sem pagar direitos autorais, diz a AP (Associated Press).
Mas um projeto liderado pela agência de notícias americana pretende não apenas fazer com que os agregadores paguem direitos autorais pelo conteúdo distribuído, como competir com eles.
"Não queremos acabar com os serviços agregadores, mas apenas dividir as receitas", diz Srinandan Kasi, vice-presidente da AP. "No mundo digital, a cópia secundária, que passa pelos agregadores, compete com a fonte primária do conteúdo."
Kasi veio ao Brasil apresentar as linhas gerais do novo projeto da AP a veículos de comunicação do país.
Em entrevista à Folha, ele contou que o modelo de negócios está em fase de desenvolvimento, mas que o objetivo é lançar o projeto em julho do ano que vem.
Inicialmente ele será lançado nos EUA, em parceria com os jornais americanos. Mas a ideia, diz, é estendê-lo para todo o mundo. "A tecnologia permite isso."
Para recolher os direitos autorais, está sendo criada uma entidade independente que vai funcionar como uma câmara de compensação. Na mira estão, principalmente, os agregadores de notícia, empresas de relações públicas que vendem serviço de clipping de notícias e também alguns blogs.
"Nem todos os blogs são problemáticos. Vamos focar nos grandes, que não acrescentam nada em termos de comentário ou valor", diz.
Para monetizar ainda mais o conteúdo produzido pela AP e pelas empresas jornalísticas, essa mesma entidade deverá vender o serviço de agregação de notícias.
Os clientes alvo são os próprios agregadores de notícia e também clientes finais, como empresas privadas.
"Podemos oferecer um serviço superior, com mais valor agregado, incluindo conteúdo de arquivo, multimídia, entre outros, usando o conteúdo produzido por todos os integrantes da câmara de compensação", explica.
A nova entidade também pretende faturar com a venda de informação sobre hábito de consumo de notícia de usuários individuais.
"A câmara vai produzir uma enorme quantidade de dados e podemos vender esse serviço para ajudar os veículos de comunicação a desenvolver uma relação mais engajada com o seu público", diz Kasi, que conversou com a Folha por telefone, logo depois de uma visita ao Morro do Alemão, no Rio.


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