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commodities
Produtores rurais terão R$ 100 bi na próxima safra
Somado ao crédito para agricultura familiar, total será
de R$ 116 bi; parte do dinheiro irá para sustentabilidade
Produtores de etanol terão R$ 2,4 bi para investir em estocagem, em linha do BNDES
com juro de 9% ao ano
EDUARDO RODRIGUES
FÁBIO AMATO
DE BRASÍLIA
Para tentar acompanhar o
crescimento da produção nacional de alimentos, os produtores rurais terão R$ 100
bilhões em crédito para custeio e investimentos na próxima safra. Parte desses recursos será destinada ao financiamento de práticas sustentáveis no campo.
O Plano Agrícola e Pecuário 2010/2011, lançado ontem
pelo governo, traz um volume recorde de recursos para
o setor, que, quando somado
aos valores disponibilizados
para a agricultura familiar,
totalizam R$ 116 bilhões.
Na safra passada, o total
do crédito agrícola foi de
R$ 107,5 bilhões.
"Vamos atingir esse numero cabalístico e global de
R$ 100 bilhões, que é dinheiro grosso em qualquer país
do mundo", disse o ministro
Wagner Rossi (Agricultura).
No lançamento do plano, o
presidente Lula disse que o
sucesso internacional do setor se deve ao empenho do
governo em defender os interesses do país no exterior.
"[O Brasil] está dando certo porque não tenho vergonha de chegar a qualquer
país e defender o algodão
brasileiro, defender a cana e
o álcool brasileiro, defender
a soja, o milho e o empresário
brasileiro", afirmou Lula.
Ele destacou o fato de os
produtores de etanol contarem com R$ 2,4 bilhões dos
recursos do Plano Safra para
investimentos em estocagem
de álcool, em uma linha de
crédito operada pelo BNDES
com juros de 9% ao ano.
"Neste país, por interesses
eminentemente políticos, tinha governante que tinha
vergonha de usineiro. Não tinha vergonha possivelmente
de pedir dinheiro para campanha, mas tinha vergonha
depois de dizer que era amigo de usineiro", completou.
Segundo Rossi, os recursos a juros menores para o setor sucroalcooleiro devem
contribuir para diminuir as
oscilações de preço do produto nas bombas dos postos.
Entre os destaques do plano está a criação do programa ABC (Agricultura de Baixo Carbono), com aplicação
de R$ 2 bilhões dos recursos
anunciados na recuperação
de áreas degradadas, plantio
de florestas e outras medidas
de integração da produção
de maneira sustentável. O
programa prevê a redução de
emissões de até 176 milhões
de toneladas de CO2 até 2020.
No entanto, para o professor Luiz Antônio Pinasa, do
Centro de Agronegócio da
FGV, o volume recorde de
crédito para o setor nesta safra não necessariamente será
convertido em maior renda
para empresários e famílias
do campo.
"O total disponibilizado
no ano passado nem sequer
foi aplicado, porque depois
da crise os bancos ficaram
muito mais rigorosos e boa
parte dos agricultores ainda
está endividada", avalia.
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