São Paulo, sexta-feira, 08 de julho de 2011

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ANÁLISE

O segredo do sucesso na pecuária está na genética de qualidade

PAULO DE CASTRO MARQUES
ESPECIAL PARA A FOLHA

O pecuarista brasileiro sabe fazer boa genética, seja aproveitando a base vinda de fora, seja trabalhando intensamente durante décadas até chegar a uma raça produtiva.
O importante é ter genética adaptada. E que cumpra a função básica de contribuir para o contínuo processo de melhoramento produtivo do rebanho nacional.
A pecuária brasileira não tem mais espaço para discussões sobre a origem da genética. É preciso que seja eficiente e produtiva nas condições tropicais. Os exemplos são muitos. O gir leiteiro do Brasil é a raça que mais interesse desperta nos pecuaristas latino americanos.
E faz sentido.
Afinal, trata-se de uma opção genética que integra com perfeição a produção de leite em condições tropicais.
A raça nelore também tem uma indiscutível história de sucesso para contar. Não se pode esquecer que o rebanho atual, que representa algo em torno de 80% da população bovina do país, cresceu a partir da importação de pouco mais de 6.000 cabeças de gado da Índia até o início da década de 1960.
O brahman teve a importação autorizada apenas há 17 anos, em 1994. Hoje, já está espalhado pelo Brasil e contabiliza vendas feitas aos países vizinhos, inclusive a Colômbia, onde se cria a raça há bastante tempo. O simental linhagem sul-africana também chegou ao Brasil há pouco tempo, não mais do que uma década. Hoje, ganhou importância, atraiu muitos criadores e faz sucesso, inclusive nas pistas das exposições pecuárias mais importantes.
Também se pode dizer o mesmo do angus, que se espalha pelo país a partir do Rio Grande do Sul, onde entrou e ganhou status há várias décadas.
O Sudeste já é uma região importante para a raça, que bebeu na fonte da genética do hemisfério norte. O pecuarista tem de estar convencido a usar genética melhoradora, que gera resultados produtivos e reprodutivos comprovados ano após ano, seja em melhoria de ganho de peso, seja em precocidade sexual e de acabamento de carcaça, diminuindo a idade de abate. O Brasil tem importância vital no fornecimento global de proteínas animais. O país é líder em exportação de carne bovina, mas há espaço para crescimento.
O governo brasileiro lançou o desafio de dobrar a produção de alimentos nos próximos dez anos. Isso significa que a pecuária precisa saltar para 19 milhões de toneladas de carne.
Para atingir esse objetivo, é essencial o uso de genética bovina de qualidade. Seja qual for sua origem, a genética de qualidade é eficiente para o Brasil continental.

PAULO DE CASTRO MARQUES é empresário e pecuarista, proprietário da Casa Branca Agropastoril e presidente da ABA (Associação Brasileira de Angus).


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