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ANÁLISE
Guerra cambial é ameaça que não deve ser tratada levianamente
DO "FINANCIAL TIMES"
Depois de uma série de intervenções cujo objetivo era
segurar o valor das moedas,
as autoridades econômicas
expressaram temores de uma
perigosa corrida de baixa na
política cambial. É uma
ameaça que não deveria ser
tratada levianamente.
A guerra cambial ainda
não irrompeu, ao contrário
do que disse o ministro da Fazenda brasileiro, Guido Mantega, na semana passada.
As intervenções de Japão,
Coreia do Sul, Suíça e Taiwan
ao longo dos últimos 12 meses foram modestas. Mas a
probabilidade de que as
ações sejam renovadas não
deveria ser desconsiderada.
Não surpreende que países tentem estimular suas exportações. Mas, da perspectiva global, é contraproducente. Todos os países não podem resolver seus problemas
econômicos simultaneamente por meio de exportações.
A perspectiva de nova rodada de relaxamento quantitativo nos Estados Unidos e
no Reino Unido, o que geraria pressão de baixa sobre
suas moedas, reforçou as
tensões.
O fluxo de liquidez excedente em direção aos mercados emergentes pressionaria
as taxas de câmbio dos países destinatários.
Não é inconcebível que o
resultado seja um círculo vicioso de reduções de taxas de
câmbio para derrotar as moedas de outros países.
Caso isso venha a ocorrer,
a culpa caberá em medida
considerável à China. Como
comprovam suas reservas
cambiais de quase US$ 2,5
trilhões, Pequim intervém
em escala muito maior que
qualquer outro governo.
Como maior exportador
mundial de bens industrializados, as ações da China têm
grande impacto sobre os padrões mundiais de comércio.
Reequilibrar a economia
mundial decerto requereria
mais que uma flutuação mais
livre do yuan. Os superavit
comerciais chineses têm outras causas importantes, como baixos salários e elevado
índice de poupança.
As taxas de câmbio oferecem solução apenas parcial.
Mesmo assim, é melhor que a
guerra falsa do câmbio não
se torne conflito real.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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