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Imbra pede falência e para atendimento dentário
Justiça não deu prazo para que pedido seja julgado; empresa diz que quer devolver o dinheiro aos clientes
MARIANA SCHREIBER
LIVIA WACHOWIAK JUNQUEIRA
DE SÃO PAULO
A Imbra, empresa de tratamentos odontológicos, interrompeu o atendimento e entrou com pedido de autofalência na Justiça anteontem.
A Folha apurou que mais
de 15 mil pessoas têm tratamentos em andamento na
Imbra. A empresa tem hoje
cerca de 1.000 funcionários.
O processo está na 2ª Vara
de Falências e Recuperações
Judiciais de São Paulo.
O valor da ação é de
R$ 221,7 milhões. De acordo
com o advogado da Imbra
Diego Etchepare, isso representa o valor do patrimônio
atual da companhia. Ele não
informou o valor da dívida.
O grupo Arbeit comprou
em junho, por US$ 1, a participação de 78,9% na Imbra
que pertencia à gestora de recursos GP Investimentos.
Segundo Etchepare, a GP
se comprometeu, no contrato
de compra e venda, a conceder empréstimo de R$ 40 milhões à Imbra, mas repassou
apenas R$ 20 milhões.
A não liberação do restante levou ao pedido de falência, disse o advogado.
A GP nega que o pedido de
falência tenha qualquer relação com o empréstimo e disse que cumpriu todas as determinações do contrato.
A GP investiu R$ 235 milhões na Imbra, sendo R$ 185
milhões na aquisição, em
2008, e R$ 50 milhões em um
aumento de capital, em
2009. Saiu do negócio com
prejuízo de US$ 105,3 milhões (R$ 177,5 milhões).
O grupo julgou que a Imbra sofreu forte concorrência
de pequenos consultórios, o
que afetou os resultados.
Desde quarta-feira, os
clientes da Imbra não conseguem pegar prontuários,
aparelhos e até mesmo dentes de implante. As unidades
e a sede da empresa estão
com as portas fechadas.
Esses consumidores deverão aguardar a decisão da
Justiça sobre o pedido de falência para recolher o material e continuar o tratamento
com outro profissional.
Não há prazo para que o
caso seja julgado.
Segundo a empresa, há interesse em devolver, proporcionalmente, os valores pagos pelos consumidores que
não finalizaram o tratamento
ou que ainda não o iniciaram
-também será necessário
aguardar a Justiça.
Segundo o Procon-SP, o
consumidor que encontrar
dificuldades em ser atendido
deve procurar a Justiça.
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