São Paulo, sexta-feira, 08 de outubro de 2010

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Imbra pede falência e para atendimento dentário

Justiça não deu prazo para que pedido seja julgado; empresa diz que quer devolver o dinheiro aos clientes

MARIANA SCHREIBER
LIVIA WACHOWIAK JUNQUEIRA
DE SÃO PAULO

A Imbra, empresa de tratamentos odontológicos, interrompeu o atendimento e entrou com pedido de autofalência na Justiça anteontem.
A Folha apurou que mais de 15 mil pessoas têm tratamentos em andamento na Imbra. A empresa tem hoje cerca de 1.000 funcionários.
O processo está na 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo.
O valor da ação é de R$ 221,7 milhões. De acordo com o advogado da Imbra Diego Etchepare, isso representa o valor do patrimônio atual da companhia. Ele não informou o valor da dívida.
O grupo Arbeit comprou em junho, por US$ 1, a participação de 78,9% na Imbra que pertencia à gestora de recursos GP Investimentos.
Segundo Etchepare, a GP se comprometeu, no contrato de compra e venda, a conceder empréstimo de R$ 40 milhões à Imbra, mas repassou apenas R$ 20 milhões.
A não liberação do restante levou ao pedido de falência, disse o advogado.
A GP nega que o pedido de falência tenha qualquer relação com o empréstimo e disse que cumpriu todas as determinações do contrato.
A GP investiu R$ 235 milhões na Imbra, sendo R$ 185 milhões na aquisição, em 2008, e R$ 50 milhões em um aumento de capital, em 2009. Saiu do negócio com prejuízo de US$ 105,3 milhões (R$ 177,5 milhões).
O grupo julgou que a Imbra sofreu forte concorrência de pequenos consultórios, o que afetou os resultados.
Desde quarta-feira, os clientes da Imbra não conseguem pegar prontuários, aparelhos e até mesmo dentes de implante. As unidades e a sede da empresa estão com as portas fechadas.
Esses consumidores deverão aguardar a decisão da Justiça sobre o pedido de falência para recolher o material e continuar o tratamento com outro profissional.
Não há prazo para que o caso seja julgado.
Segundo a empresa, há interesse em devolver, proporcionalmente, os valores pagos pelos consumidores que não finalizaram o tratamento ou que ainda não o iniciaram -também será necessário aguardar a Justiça.
Segundo o Procon-SP, o consumidor que encontrar dificuldades em ser atendido deve procurar a Justiça.


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