São Paulo, sexta-feira, 08 de outubro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Ação da Petrobras desaba pelo 3º dia

Analista vê risco alto no papel, mas recomenda que investidor mantenha "sangue frio" e não venda na baixa

Calendário eleitoral eleva risco de oscilação de papéis da Petrobras para aplicação com horizonte de curto prazo

TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO

As ações da Petrobras desabaram ontem pelo terceiro dia seguido em meio a uma série de rumores, todos não confirmados, sobre supostas irregularidades envolvendo a estatal e membros do PT.
Os rumores ocorrem logo após seis bancos -Itaú, Barclays, Morgan Stanley, Merrill Lynch/Bank of America, Bradesco e Deutsche- rebaixarem suas recomendações por conta da diluição dos ganhos e da expectativa de retorno baixo do investimento.
Ontem, os papéis chegaram a cair mais de 5,5%, arrastando o Ibovespa, que perdeu a marca de 70 mil pontos e fechou com baixa de 0,88%, aos 69.918 pontos.
Na última hora, o ritmo de perdas diminuiu e as ações ordinárias (com voto) terminaram em R$ 28,31, com baixa de 2,98%. Já as preferenciais (sem voto) fecharam em R$ 25,30 -queda de 2,17%.
Ambos os papéis estão abaixo do valor vendido na oferta de ações. Quem comprou ações ordinárias (caso dos fundos FGTS) já perdeu 4,51%. Já os preferencialistas perderam 3,8%.
Para Erick Scott, analista da corretora SLW, o investidor pessoa física deve manter o "sangue frio" e procurar não vender em meio a boatos não confirmados. Scott alerta, porém, que as ações da estatal se tornaram investimento de alto risco, especialmente perto da eleição.
"Quem faz uma carteira de longo prazo pode comprar hoje; no curto prazo, está arriscado. Não recomendo."
Segundo Adriano Pires, diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), as ações caem por conta da "politização" da capitalização.
Pires afirma que a plataforma P-57, inaugurada ontem, tinha estreia prevista para dezembro. "Pergunto: se a Dilma Rousseff tivesse ganhado no primeiro turno o presidente Lula teria inaugurado a P-57 agora? Com certeza, não. A Petrobras também está no segundo turno."
Na megaoferta, os coordenadores podem ter esgotado toda a demanda pelas ações. Sem comprador, os papéis viraram alvo de operações de "venda a descoberto", que ganham com a baixa. O investidor "aluga" a ação e vende em seguida, esperando que o preço fique menor depois para recomprá-lo e pagar pelo "aluguel".


Texto Anterior: Vaivém - Mauro Zafalon: FAO discute produção de alimentos no Brasil
Próximo Texto: Luiz Carlos Mendonça de Barros: Uma guerra silenciosa e cruel
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.