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Ação da Petrobras desaba pelo 3º dia
Analista vê risco alto no papel, mas recomenda que investidor mantenha "sangue frio" e não venda na baixa
Calendário eleitoral eleva risco de oscilação de papéis da Petrobras para aplicação com horizonte de curto prazo
TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO
As ações da Petrobras desabaram ontem pelo terceiro
dia seguido em meio a uma
série de rumores, todos não
confirmados, sobre supostas
irregularidades envolvendo
a estatal e membros do PT.
Os rumores ocorrem logo
após seis bancos -Itaú, Barclays, Morgan Stanley, Merrill Lynch/Bank of America,
Bradesco e Deutsche- rebaixarem suas recomendações
por conta da diluição dos ganhos e da expectativa de retorno baixo do investimento.
Ontem, os papéis chegaram a cair mais de 5,5%, arrastando o Ibovespa, que
perdeu a marca de 70 mil
pontos e fechou com baixa
de 0,88%, aos 69.918 pontos.
Na última hora, o ritmo de
perdas diminuiu e as ações
ordinárias (com voto) terminaram em R$ 28,31, com baixa de 2,98%. Já as preferenciais (sem voto) fecharam em
R$ 25,30 -queda de 2,17%.
Ambos os papéis estão
abaixo do valor vendido na
oferta de ações. Quem comprou ações ordinárias (caso
dos fundos FGTS) já perdeu
4,51%. Já os preferencialistas
perderam 3,8%.
Para Erick Scott, analista
da corretora SLW, o investidor pessoa física deve manter o "sangue frio" e procurar
não vender em meio a boatos
não confirmados. Scott alerta, porém, que as ações da estatal se tornaram investimento de alto risco, especialmente perto da eleição.
"Quem faz uma carteira de
longo prazo pode comprar
hoje; no curto prazo, está arriscado. Não recomendo."
Segundo Adriano Pires, diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), as
ações caem por conta da "politização" da capitalização.
Pires afirma que a plataforma P-57, inaugurada ontem, tinha estreia prevista
para dezembro. "Pergunto:
se a Dilma Rousseff tivesse
ganhado no primeiro turno o
presidente Lula teria inaugurado a P-57 agora? Com certeza, não. A Petrobras também
está no segundo turno."
Na megaoferta, os coordenadores podem ter esgotado
toda a demanda pelas ações.
Sem comprador, os papéis viraram alvo de operações de
"venda a descoberto", que
ganham com a baixa. O investidor "aluga" a ação e
vende em seguida, esperando que o preço fique menor
depois para recomprá-lo e
pagar pelo "aluguel".
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