São Paulo, terça-feira, 08 de novembro de 2011

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Campanha de lobby contra a brasileira foi agressiva

DE SÃO PAULO

Blogueiros e centros de pesquisa de direita dos EUA se uniram para atacar a Embraer e pressionar o governo a dar o contrato para a americana Hawker Beechcraft.
"É apavorante uma empresa subsidiada e efetivamente controlada por um governo estrangeiro, que às vezes é hostil aos interesses americanos, produzir equipamentos de defesa dos EUA", escreveu Jeffrey Mazzella, presidente do Centro para Liberdade Individual, em carta ao ex-secretário de Defesa Robert Gates. "O Brasil é contra o combate à ameaça iraniana e ao apoio da Venezuela a terroristas; a atual presidente, Dilma Vana Rousseff, foi uma ativista revolucionária."
Outra arma é o populismo em meio à crise dos EUA. "Hawker é uma empresa americana empregando americanos; dado o atual estado de nossa economia, dinheiro do contribuinte não deveria estar financiando o crescimento de outros países", escreveu Rich Michalski, vice-presidente da Associação Internacional de Maquinistas e Aeroviários.
A Hawker diz que, caso ganhe a concorrência, irá "manter" 1.400 empregos, 800 deles no Kansas. A Embraer, associada à americana Sierra Nevada, diz que criará 50 empregos na linha de montagem em Jacksonville, na Flórida, mas que manterá 1.200 em fornecedores americanos.
A empresa diz que o Super Tucano vai estar dentro das regras do programa Buy American, com 80% do conteúdo produzido nos EUA.
A Embraer arrebanhou congressistas da Flórida e o prefeito de Jacksonville para fazer campanha pela empresa. A disputa é semelhante à briga entre a Boeing e a europeia Airbus pelo contrato de sistemas de reabastecimento aéreo, de 18 aviões por US$ 3,5 bilhões.
O contrato foi dado em fevereiro para a Boeing, depois de uma massiva campanha de lobby e acusações de subsídios contra a Airbus. (PCM)


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