São Paulo, domingo, 09 de janeiro de 2011

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Crédito empacotado

Prática de juntar e vender financiamentos , comum em países como os EUA, vem aumentando no Brasil; entenda como funciona a securitização

PAULA LEITE
EDITORA-ASSISTENTE DE MERCADO
GUSTAVO PEREIRA
DE SÃO PAULO

O consumidor brasileiro que toma um financiamento para comprar uma casa ou um empréstimo com desconto no contracheque muitas vezes não sabe que o banco que lhe dá o dinheiro pode não ser o "dono" da dívida.
Está aumentando no Brasil um tipo de operação em que um ou mais financiamentos são empacotados e vendidos -a securitização.
As emissões de FIDCs, fundos que podem conter vários tipos de financiamento ou recursos que empresas têm a receber, passaram de R$ 17 bilhões em 2010 até novembro -em 2003, o volume era de R$ 1,7 bilhão.
A prática que ainda engatinha no Brasil, porém, já é questionada nos EUA, onde praticamente todo o crédito imobiliário é securitizado. Na crise de 2008, a securitização foi apontada como "vilã".
Apesar disso, especialistas apontam que a securitização ganhará importância como fonte de recursos para o crédito habitacional no Brasil, já que a principal fonte hoje, a poupança, pode não ser suficiente para atender à demanda por empréstimos.
Esse tipo de securitização deve ganhar impulso com uma nova regra do Banco Central. Os bancos têm de direcionar 65% dos depósitos da caderneta para financiar a casa própria. Com a mudança, podem vender os financiamentos sem se desenquadrar da meta por três anos.
Foi de R$ 1,3 bilhão o volume de crédito imobiliário residencial securitizado na forma de CRIs em 2010 até novembro. Apesar do valor baixo ante os R$ 50 bilhões da poupança no mesmo período, o crédito residencial securitizado vem aumentando: eram R$ 28 milhões em 2003.
Os dados estão no "Anuário Uqbar - Securitização e Financiamento Imobiliário", a ser lançado em fevereiro.


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