São Paulo, quarta-feira, 09 de fevereiro de 2011

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Inflação de 0,83% é a maior para meses de janeiro desde 2003

Reajuste de ônibus e serviços pressionam IPCA; para Dilma, resultado foi "ruim" e reforça decisão sobre "forte" ajuste fiscal

IBGE aponta influência da expansão da renda sobre os reajustes de serviços; em 12 meses, índice chega a 5,99%

PEDRO SOARES
DO RIO
VALDO CRUZ
DE BRASÍLIA

Em janeiro, os alimentos subiram menos, mas não o suficiente para conter a inflação, que se acelerou na esteira dos reajustes de ônibus e serviços. O IPCA avançou 0,83% e igualou a taxa de novembro passado, que havia sido a maior desde abril de 2005, segundo o IBGE.
Sob impacto do aquecimento do consumo e dos reajustes de preços administrados, o índice superou o de dezembro (0,63%) e é o mais alto para os meses de janeiro desde 2003.
A presidente Dilma Rousseff, de acordo com assessores, avaliou como "ruim" o resultado e considera que o número reforça sua decisão de fazer um "forte" ajuste fiscal neste início de governo.
Dilma, segundo auxiliares, está convencida de que precisa segurar os gastos públicos em 2011 para ajudar o BC na sua política.
A perspectiva de analistas aponta um IPCA acima do centro da meta de inflação de 4,5% neste ano -o índice em 12 meses subiu para 5,99%.
A expansão da renda e a estabilidade no emprego asseguram maior confiança de consumidores. Diante disso, sobem principalmente os preços dos serviços -como hotel, manicure, médico, empregado doméstico-, que não encontram a concorrência de importados.
"Com o aumento da renda dos brasileiros, há uma elevação na demanda que chega aos preços dos serviços. Os preços administrados também subiram, puxados pela alta dos transportes públicos", disse Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de índices de inflação do IBGE.
Em fevereiro, o reajuste dos colégios e novas rodadas de aumento de ônibus levarão o IPCA a alta de cerca de 1%, prevê a LCA Consultores. Em janeiro, a principal pressão também veio do grupo transportes -alta de 1,55%.

CHUVAS
Já os alimentos diminuíram o ritmo de aumento e avançaram 1,16% em janeiro. Para Nunes dos Santos, preços elevados reduziram as vendas, o que levou os supermercados a fazer promoções.
Os alimentos não se desaceleraram mais, porém, por conta das chuvas da região serrana do Rio.


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