São Paulo, quarta-feira, 09 de fevereiro de 2011

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Preço em alta provoca falta de mudas da fruta no interior de SP

DE RIBEIRÃO PRETO

O preço em alta da laranja já provocou falta de mudas nos viveiros do interior paulista, maior produtor do país. A venda da planta agora só ocorre no mercado futuro.
Nas principais regiões produtivas do Estado, por exemplo, o prazo para entrega das encomendas varia de 90 a 180 dias, dependendo da quantidade solicitada.
Com o aumento da demanda, o preço médio das mudas também cresceu e foi de R$ 3 no começo do ano passado para R$ 4,50.
O aquecimento desse mercado ocorre basicamente porque o produtor teve ganhos com a valorização de 104,4% no preço da caixa da laranja (40,8 kg) em 2010 -R$ 15,66 em dezembro.
Assim, os citricultores investiram mais na renovação dos pomares, provocando falta de mudas.
No viveiro do produtor Roberto Salva, em Ibitinga (347 km de São Paulo), não há mudas para pronta entrega.
Na venda futura, os pedidos têm prazo de entrega para até o final do ano. Sua capacidade de produção é de 210 mil mudas por ano. "O preço melhor motivou o produtor a investir no pomar. Com isso, reativou o mercado de mudas", disse Salva.
Segundo o IEA (Instituto de Economia Agrícola) da Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento, 6% dos pomares paulistas foram renovados em 2010.
Ao todo, o Estado tem 573,2 mil hectares de área plantada de laranja. A previsão de produção da fruta para a safra agrícola 2010/11 é de 353 milhões de caixas.
Salva afirmou que as mudas estão sendo vendidas para a renovação de pomares e para a reposição de plantas.
"O produtor não pode parar de investir porque o pomar fica velho e a produtividade cai, gerando perda de rentabilidade", disse.
O citricultor André Abrantes, por exemplo, plantou 8.000 mudas há cerca de um mês na propriedade que mantém em Araraquara (273 km de São Paulo).
"Foi um investimento caro, mas necessário para ter rendimento no futuro", disse ele. Foram aplicados cerca de R$ 30 mil.
No viveiro do produtor Marcos Forner, de Engenheiro Coelho (158 km de São Paulo), toda a produção de 300 mil mudas já foi esgotada pelos compradores.

Com a procura, ele passou a vender cada muda por cerca de R$ 4,50.
"Antes, ninguém procurava e a gente vendia quase de graça, por R$ 2 ou R$ 3."
(VBF)


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