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MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
Projeto de lei sobre acidente de trabalho onera empresas e INSS
Um projeto de lei apresentado na Câmara dos Deputados que amplia o conceito de
acidente de trabalho pode
aumentar os gastos da Previdência Social e gerar custos
maiores para as empresas,
segundo advogados.
Pelo novo projeto, de nº
7.202, de 2010, não haverá
mais a necessidade de que a
agressão sofrida pelo funcionário tenha sido motivada
por uma disputa relacionada
ao trabalho. Além disso,
acrescenta na lei nº 8.213, de
1991, a ofensa moral.
"Por exemplo, em uma
discussão sobre futebol, um
funcionário que se sentir
ofendido e tiver a capacidade
de trabalho afetada poderá
pedir afastamento por acidente de trabalho", diz a advogada Nadine Aidar de Carvalho, do Moreau & Balera.
O principal problema, segundo Carvalho, é a amplitude que o projeto permite.
"Pode gerar indenizações indevidas e gastos governamentais maiores, que acabam recaindo sobre os contribuintes", diz ela.
De acordo com o deputado
Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), um dos autores do projeto, não deverá haver aumento dos custos previdenciários. "O governo irá fiscalizar. Haverá perícia para confirmar o direito ao afastamento", diz o deputado.
O projeto resultará no aumento do custo das empresas, na avaliação do advogado Renan Honório Quinalha,
do Mascaro e Nascimento.
Quanto maior o índice de
acidentes de trabalho, maior
a alíquota de contribuição
paga pela empresa no recolhimento do RAT (Risco Ambiental de Trabalho), segundo Quinalha.
Para o deputado, o projeto
de lei não irá criar nenhuma
dificuldade para as empresas. "É uma questão de adequação de gestão."
O QUE DIZ O PROJETO DE LEI Nº 7.202, DE 2010
1
Altera o artigo 21 da Lei nº
8.213, de 24 de julho de
1991, que dispõe sobre situações equiparadas ao acidente
de trabalho
2
A mudança inclui a ofensa
moral no rol dos acidentes
de trabalho, independentemente de ter sido provocada
por motivo de disputa relacionada ao exercício da função
3
O projeto é de autoria de
Ricardo Berzoini (PT-SP),
Pepe Vargas (PT-RS), Jô Moraes (PCdoB-MG), Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) e Roberto
Santiago (PV-SP)
4
Está em tramitação na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público
da Câmara dos Deputados e só
deve ser votado após a eleição
LER COM AS MÃOS
A ANR (Associação Nacional de Restaurantes) e a Fundação Dorina Nowill
para Cegos, que produz livros em braile, fecharam parceria para melhorar a
acessibilidade dos deficientes visuais
nos restaurantes.
O acordo prevê a venda de cardápios em braile, que custam R$ 50, além
de treinamento e capacitação de funcionários nos estabelecimentos associados. A disponibilidade dos cardápios já é obrigatória em mais de cem cidades no país, como São Paulo, Rio de
Janeiro e Brasília.
"Esperamos que até o fim do ano todos os nossos associados já tenham
adquirido o cardápio", diz Cláudio
Miccieli, presidente da ANR. A entidade representa 156 estabelecimentos e
mais de 3.800 pontos de venda.
"A adesão dos restaurantes confere
autonomia ao deficiente visual e estimula a sociedade", diz Alfredo Weiszflog, diretor-presidente da fundação.
INDEPENDÊNCIA FINANCEIRA
Foi por hobby que o engenheiro eletrônico Rogério Passos desenvolveu um software
para testar estratégias de investimento com
limitação estatística dos riscos. O projeto
deu certo, e ele deixou para trás o emprego
em uma multinacional para viver da renda
das ações.
Com ganhos de 3% a 5% ao mês, passou a
ser procurado para ensinar o método e fundou, em 2006, a OperAção Consultoria, de
cursos sobre o assunto.
"É uma forte metodologia. Não prevemos
o futuro, é um método científico", afirma
Passos. A empresa encerrou 2008 com cerca
de 600 alunos cadastrados, número que
cresceu dez vezes no ano seguinte, após
parceria com a corretora MS Investimentos.
O faturamento o empresário não revela.
Calendário Neste mês, a
agenda do São Paulo Convention & Visitors Bureau tem cadastrados no período de férias
cerca de cem eventos, congressos e convenções, que devem atrair aproximadamente
1 milhão de pessoas para a cidade, entre visitantes nacionais e estrangeiros. Entre eles
estão Casa Cor, Francal e São
Paulo Running Show. A taxa
média de ocupação hoteleira
deverá ultrapassar os 46% registrados no mesmo período
do ano passado.
Inflação no carrinho O
Índice de Preços dos Supermercados divulgado pela associação paulista do setor
apontou queda de 1,03% nos
preços em junho, ante a inflação de 0,46% no mesmo mês
de 2009. As quedas mais significativas apareceram nos alimentos, com destaque para o
açúcar (-15,25%) e o chocolate
(-5,24%), que voltam ao preço
normal devido à entrada da
safra 2010/2011 de cana no
mercado e ao fim da Páscoa,
respectivamente.
Leitura Paulson e Meirelles juntos. A editora Campus
Elsevier lança neste mês o livro "À Beira do Abismo Financeiro" (456 págs.; R$ 89,90). O
título de Henry Paulson, ex-secretário do Tesouro Nacional
norte-americano, tem prefácio
do presidente do Banco Central brasileiro, Henrique Meirelles. Na obra, o autor descreve as premissas que levaram à
crise e as ações que a mitigaram e aborda controles institucionais e mecanismos de prestação de contas.
Cerveja em domicílio
Apesar da Copa do Mundo, a
cerveja não está entre os itens
que contribuíram para a inflação. De acordo com o IBGE, o
preço da bebida acumula uma
alta de 2,7% neste ano até junho, índice inferior ao da média da inflação. O IPCA (Índice
de Preços ao Consumidor Amplo) do período foi de 3,09%.
No mês passado, o preço das
cervejas compradas pelos torcedores para assistir aos jogos
em casa caiu 1,44%, segundo
os dados do IBGE.
Cadeiras José Carlos Grubisich foi reeleito presidente
da Aliança Francesa de São
Paulo para o próximo biênio.
A instituição prevê para este
ano faturamento de R$ 18 milhões e alta de 15% no número
de cursos vendidos. Completam a chapa eleita o diretor regional do Sesc no Estado de
São Paulo, Danilo Santos de
Miranda, que ocupará a primeira vice-presidência, e o
consultor empresarial da Serfinan, François Legleye, como
segundo vice.
com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e FLÁVIA MARCONDES
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