São Paulo, sexta-feira, 09 de julho de 2010

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Fundos garantem obra de Belo Monte

Funcef, Petrus e Previ terão cota de 27,5% no projeto de construção; participação é vital para obra de R$ 25 bi

Polêmica usina hidrelétrica no Pará é prioridade do governo; fundos questionaram rentabilidade de projeto


Eduardo Knapp - 15.abr.2010/Folhapress
Barco no rio Xingu, em Altamira (PA), onde a usina de Belo Monte será construída

MARIA CRISTINA FRIAS
COLUNISTA DA FOLHA
KENNEDY ALENCAR
DE BRASÍLIA

Os três principais fundos de pensão de empresas estatais do país decidiram participar do projeto de construção da usina hidrelétrica de Belo Monte (PA).
Segundo a Folha apurou, Funcef e Petrus participarão diretamente da construção. A Previ, fundo dos funcionários do Banco do Brasil, participa via Neonergia, empresa na qual é sócia da espanhola Iberdrola.
A Funcef, fundo de pensão dos funcionários da Caixa Econômica Federal, terá uma cota de 7,5% no projeto. O Petrus, fundo da Petrobras, entrará com 10%. A Neoenergia terá uma fatia de 10%.
Em 12 de junho, a Folha antecipou que os fundos negociavam participação entre 25,02% e 30,02% do projeto.
Segundo um auxiliar direto do presidente Lula, a participação dos fundos viabiliza o projeto de construção da usina hidrelétrica que é uma prioridade do governo. De acordo com o que a Folha apurou, houve intensa negociação técnica entre o Ministério das Minas e Energia, a Casa Civil e os fundos de pensão para chegar a um acordo.
Os fundos questionavam a rentabilidade do projeto, orçado em R$ 25 bilhões. Como há participação do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), a entrada dos fundos na construção da usina será sobre uma parcela do valor total previsto para a obra.
Nas palavras de um auxiliar direto do presidente, foi encontrado um acordo técnico que viabilizou um projeto de importância política para o governo no ano eleitoral. A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, foi a mentora de Belo Monte quando ocupava a chefia da Casa Civil.
Para o governo Lula, era uma questão de honra colocar de pé a construção de Belo Monte, criticada quando lançada. Alguns grupos empresariais, como as construtoras Odebrecht e Camargo Corrêa, boicotaram o projeto de Dilma nos bastidores. Com o apoio dos três principais fundos de pensão, Belo Monte ganhará fôlego para sair do papel.


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