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Fundos garantem obra de Belo Monte
Funcef, Petrus e Previ terão cota de 27,5% no projeto de construção; participação é vital para obra de R$ 25 bi
Polêmica usina hidrelétrica no Pará é prioridade do governo; fundos questionaram rentabilidade de projeto
Eduardo Knapp - 15.abr.2010/Folhapress
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Barco no rio Xingu, em Altamira (PA), onde a usina de Belo Monte será construída
MARIA CRISTINA FRIAS
COLUNISTA DA FOLHA
KENNEDY ALENCAR
DE BRASÍLIA
Os três principais fundos
de pensão de empresas estatais do país decidiram participar do projeto de construção da usina hidrelétrica de
Belo Monte (PA).
Segundo a Folha apurou,
Funcef e Petrus participarão
diretamente da construção.
A Previ, fundo dos funcionários do Banco do Brasil, participa via Neonergia, empresa
na qual é sócia da espanhola
Iberdrola.
A Funcef, fundo de pensão
dos funcionários da Caixa
Econômica Federal, terá uma
cota de 7,5% no projeto. O Petrus, fundo da Petrobras, entrará com 10%. A Neoenergia
terá uma fatia de 10%.
Em 12 de junho, a Folha
antecipou que os fundos negociavam participação entre
25,02% e 30,02% do projeto.
Segundo um auxiliar direto do presidente Lula, a participação dos fundos viabiliza
o projeto de construção da
usina hidrelétrica que é uma
prioridade do governo. De
acordo com o que a Folha
apurou, houve intensa negociação técnica entre o Ministério das Minas e Energia, a
Casa Civil e os fundos de pensão para chegar a um acordo.
Os fundos questionavam a
rentabilidade do projeto, orçado em R$ 25 bilhões. Como
há participação do BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), a entrada dos fundos na
construção da usina será sobre uma parcela do valor total previsto para a obra.
Nas palavras de um auxiliar direto do presidente, foi
encontrado um acordo técnico que viabilizou um projeto
de importância política para
o governo no ano eleitoral. A
candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, foi a
mentora de Belo Monte
quando ocupava a chefia da
Casa Civil.
Para o governo Lula, era
uma questão de honra colocar de pé a construção de Belo Monte, criticada quando
lançada. Alguns grupos empresariais, como as construtoras Odebrecht e Camargo
Corrêa, boicotaram o projeto
de Dilma nos bastidores.
Com o apoio dos três principais fundos de pensão, Belo
Monte ganhará fôlego para
sair do papel.
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