São Paulo, sábado, 09 de julho de 2011

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Em SP, imóvel novo é vendido com velocidade menor

Unidades chegavam a se esgotar em um fim de semana em 2010; agora, 30% são vendidos no primeiro mês

Regiões que tiveram as maiores altas no preço do metro quadrado agora têm vendas mais lentas nos estandes

CAROLINA MATOS
DE SÃO PAULO


Quem começou a procurar apartamento novo para comprar na cidade de São Paulo em 2010, no auge do boom imobiliário, e ainda não fechou negócio começa a sentir diferença nos estandes vendas dos lançamentos.
A velocidade de venda dos empreendimentos, principalmente de padrão médio-alto (com valor do m² entre R$ 5.501 e R$ 8.000), já está bem menor que em 2010, em um efeito dos preços elevados sobre a demanda.
Imobiliárias ouvidas pela Folha admitem a redução, embora resistam em informar percentuais. Mas fontes do mercado afirmam que o cenário do ano passado, com casos de empreendimentos inteiros vendidos em um fim de semana, deu lugar à negociação de menos unidades no lançamento.
Um corretor que atua há mais de 15 anos em São Paulo classifica o mercado de 2010 como irreal. E diz que, hoje, se 30% das unidades são vendidas no lançamento, o resultado já é excelente. A expectativa para, ele, é comercialização do restante em seis meses.
Já na avaliação de João Crestana, presidente do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), mesmo essa estimativa é muito otimista.
"Se você considerar como lançamento o primeiro mês de vendas, concordo com os 30%. Mas, para um único fim de semana, isso é muito", diz.
Crestana também projeta a venda de todo um empreendimento agora em cerca de um ano, e não seis meses.
Em bairros da capital que tiveram as maiores valorizações no preço do metro quadrado residencial novo em 12 meses (veja quadro), as histórias nos estandes de venda se repetem.
Nas proximidades da Vila Mariana, em que a alta bateu 41%, um empreendimento lançado há 15 dias está com cerca de 30% das 86 unidades vendidas, de acordo com o corretor de plantão. São apartamentos de 100 m² a cerca de R$ 8.000 o m².
O corretor também diz que o primeiro fim de semana de vendas foi agitado, mas que houve bem menos negócios do que em lançamentos do mesmo porte em 2010.
Nas imediações de Perdizes, bairro que teve a maior alta de preços em um ano (65%), no estande de um empreendimento lançado há dez dias o corretor não informa o percentual já negociado, mas diz que ainda há muitas unidades disponíveis.
Nesse caso, são apartamentos de 65 m², com valor médio de R$ 7.500 o m².

DESISTÊNCIA
O plano do economista Leandro Scorbaioli, 29, era comprar um apartamento de 76 m² na planta, no Alto da Lapa. Mudou de ideia. "No dia do lançamento, a construtora pediu um valor perto de 15% maior que o previsto. Desisti na hora."
A arquiteta Camila Nicolielo, 28, engrossa o couro dos desanimados com os preços altos. "Como ainda moro com meus pais, pretendo pesquisar bem. Talvez eu acabe optando por um imóvel usado."
Crestana diz que, no ano passado, muitos decidiram comprar por causa do aumento dos preços, temendo que eles subissem mais. "Agora, as pessoas perceberam que os valores estão se estabilizando. O rimo de vendas diminuiu, mas é sustentável."


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