São Paulo, sexta-feira, 09 de setembro de 2011

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'É salutar ver a China se tornar o maior parceiro do Brasil'

DO ARTICULISTA DA FOLHA

Sir Martin Sorrell, presidente mundial do Grupo WPP, diz em entrevista que a prioridade ao Brasil não veio com a crise que abateu os países desenvolvidos, em 2008.
"O Brasil sempre foi central na nossa estratégia, como um dos Brics", diz ele.
"Acreditamos no futuro do Brasil, mesmo antes de Lula carregá-lo em sua extraordinária jornada econômica de oito anos, jornada que tem prosseguido com a presidente Dilma Rousseff."
Diz que o WPP está "comprometido com o crescimento do Brasil, em um mundo que muda cada vez mais para o Oriente, o sul e o sudeste". Ele descreve a estratégia mundial do grupo como voltada para "novos mercados, novas mídias e compreensão do consumidor".
Por novos mercados, entende os Brics e o bloco "Next 11", os próximos 11 emergentes identificados também pelo banco Goldman Sachs.
Por novas mídias, a publicidade digital. Por compreensão do consumidor, o uso de tecnologia para negócios e análise de dados.
"São os três pilares de crescimento do WPP, e o Brasil é crítico em todos os elementos. Temos agora mais gente no Brasil, na Rússia, na Índia e na China do que temos tanto no Reino Unido como nos EUA", afirma Sorrell.
Questionado sobre as áreas mais indicadas para crescimento, no mercado publicitário do país, responde: "Não conheço nenhuma que não seja! Tanto as multinacionais buscando entrar no mercado brasileiro como as empresas brasileiras que começam a invadir o mundo".
Acrescenta que "é salutar ver a China se tornar o maior parceiro comercial do Brasil, no lugar da América".
E que "a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016 são grandes oportunidades para confirmar a liderança do Brasil, assim como a China fez em Pequim em 2008 e a África do Sul fez na Copa de 2010".
Questionado, diz não ver obstáculos ao desenvolvimento dos negócios no país, a não ser, eventualmente, "um crescimento hesitante ou recessão mundial ou o mundo revertendo ao protecionismo".
Pelo contrário, o país "tem empresas vibrantes e em crescimento e um forte mercado de mídia, que está mudando com o desenvolvimento das novas mídias".
Sobre o governo Dilma, diz que "está no início, mas parece dar continuidade às políticas positivas de crescimento de Lula", embora "o recente colapso no mercado de ações e a ameaçadora crise internacional não ajudem".
Mantém a avaliação de que "os Brics e os próximos 11 oferecem oportunidade sem paralelo -nos últimos 200 anos!- e que a desaceleração no Ocidente, nos EUA e na Europa só se amplificará".


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