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Empresária recorre a delação premiada
Tânia Bulhões terá possibilidade de redução de pena, se for condenada por fraude em importação de artigos de luxo
Investigação sobre importação começou no ano passado; loja nos Jardins tem peças de decoração e perfumes
Eduardo Knapp - 14.jul.09/Folhapress
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Agentes da Polícia Federal e da Receita fazem operação em loja de produtos importados da empresária Tânia Bulhões
DE SÃO PAULO
A empresária Tânia Bulhões, investigada por fraude
na operação Porto Europa do
Ministério Público Federal,
da Receita Federal e da Polícia Federal, fez acordo de delação premiada.
Pelo pacto, fechado com a
6ª Vara Federal Criminal, ela
pode, se for condenada, ter
redução de pena em troca de
detalhes de um esquema de
importação irregular investigado pelas autoridades desde o ano passado.
As investigações apontam
que outras 13 pessoas faziam
parte do esquema ilegal.
Outro benefício que a empresária pode obter com a delação premiada é a substituição da pena de prisão pela
prestação de serviços comunitários.
Mas pode haver restrição
de alguns direitos.
Bulhões pode, por exemplo, ter de entregar o passaporte e ser impedida de deixar o país. Além disso, pode
ser obrigada a se apresentar
em juízo durante um prazo
estabelecido.
SUBFATURAMENTO
Bulhões é dona de lojas de
decoração e perfumaria com
faturamento declarado de
cerca de R$ 50 milhões por
ano. A empresária teria confessado crimes em audiência
na sexta da semana passada.
A assessoria de imprensa
de Tânia Bulhões diz que
houve "subfaturamento pontual" em 2005 e 2006, que gerou uma dívida com o fisco
de R$ 1,2 milhão (em valores
atualizados e com juros).
Esse débito começou a ser
pago pela empresária há cerca de dois meses.
A assessoria declarou ainda que a Justiça impôs a Bulhões o pagamento de uma
indenização de R$ 1,7 milhão
ao Tesouro -parte desse valor deverá ser destinada a
instituições beneficentes.
Ainda segundo a assessoria de imprensa da empresária, ela já teve bens apreendidos que somam cerca de
R$ 500 mil, valor que pode
ser abatido da indenização.
DEFESA
Em nota, a assessoria de
Bulhões afirmou também
que a empresária tem "interesse em esclarecer e resolver
esta questão o mais rapidamente possível".
O advogado Márcio Thomaz Bastos, ex-ministro da
Justiça no governo Lula e responsável pela defesa de Bulhões, disse que não pode comentar o caso, que corre em
segredo de Justiça.
Bastos ressaltou, porém,
que lamenta que as informações (sobre a delação premiada) tenham "vazado" em
um processo de conhecimento apenas do juiz, do Ministério Público e dos advogados.
A Justiça Federal informou
que não vai se pronunciar.
Questionado se Bulhões já
pagou parte da indenização,
o Tesouro não se manifestou.
E a Receita Federal disse que
também não pode fornecer
dados por causa da Lei do Sigilo Fiscal.
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