São Paulo, quinta-feira, 09 de dezembro de 2010 |
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Indústria de PCs vive guerra de preços Apesar de, em unidades, o mercado crescer 20% neste ano em relação ao ano passado, o faturamento vai subir só 4% Desde dezembro do ano passado, preço médio dos notebooks caiu 17%, resultado da batalha entre os fabricantes CAMILA FUSCO DE SÃO PAULO O mercado brasileiro de computadores deve encerrar o ano com 13,5 milhões de máquinas vendidas, alta de 20% sobre 2009, segundo a consultoria IT Data. O aumento no volume pode parecer motivo de comemoração, mas, em cifras, a situação é diferente. Apesar do crescimento em unidades, o faturamento subirá apenas 4%, a R$ 20 bilhões. "Os preços estão baixos e as margens também caíram", diz Ivair Rodrigues, da IT Data. Quarto maior mercado do mundo em PCs, atrás apenas de EUA, China e Alemanha, o Brasil vive uma pressão grande por preços. Há 12 meses, um notebook custava em média R$ 2.036. Hoje, é vendido por R$ 1.695. A queda no preço reflete em boa dose a valorização do real, que contribuiu para baratear os componentes, mas espelha principalmente a guerra de estratégias. Negociações maciças com varejistas e compras internacionais de componentes que trazem ganho de escala estão entre alguns dos fatores que desencadearam uma batalha de preços. "Há uma busca desenfreada por consumidores, o que exagerou a competição", diz Helio Rotenberg, presidente da Positivo Informática. APERTO DAS MARGENS Entre os especialistas, a impressão é que o movimento de preços agressivos tenha sido desencadeado pela Acer no Natal de 2009. A empresa ganhou participação principalmente em notebooks e forçou o aperto das margens -estimativas apontam recuo de até 67%. Nos meses seguintes, houve a alternância na liderança de mercado. Parte da estratégia da HP, que assumiu a ponta em portáteis no terceiro trimestre, envolveu a negociação com a rede varejista Walmart, que, segundo a Folha apurou, incluiu 110 mil notebooks negociados pela matriz. Já a tática da Positivo foi rever custos operacionais e de produção e lançar um notebook a R$ 999 com tela LED em parceria com as Casas Bahia. O movimento, porém, impactou o Ebitda (lucro antes do pagamento de impostos, juros, amortizações e depreciações). O indicador, que mede a geração de recursos, caiu 65,5%, para R$ 25,5 milhões, e a margem encolheu de 9,3% para 3,6%. "Reorganizamos custos para reagir à competição, mas isso aconteceu à custa de margem e participação de mercado", afirma. Entre os analistas, a sensação é de baixa generalizada das margens, o que não é saudável para o setor. Texto Anterior: Meios eletrônicos: Citibank volta ao credenciamento de cartão de crédito Próximo Texto: Período após a crise aqueceu mercado local Índice | Comunicar Erros |
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