São Paulo, domingo, 10 de abril de 2011

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Agência prevê ganhos até com especulação

DO ENVIADO A LOS ANGELES

Com uma Copa e uma Olimpíada pela frente, o conceito de arena multiuso já parece bem difundido no Brasil: um espaço que possa ser aproveitado para esporte, shows e eventos de toda ordem em que o sujeito tenha comodidade suficiente para se divertir e consumir.
Isso tudo já é negócio suficiente para fazer com que Globo, Eike Batista e Nizan Guanaes, para ficar nos exemplos recentes, se aventurem no ramo. Mas é apenas parte da novela.
A AEG, parceira da Odebrecht na Arena Pernambuco, tem uma divisão, por exemplo, que só cuida de aspectos imobiliários.
Em Los Angeles, antes mesmo de conseguir aprovar o complexo que abriga o Staples Center junto à prefeitura, a agência começou a adquirir todos os terrenos que pôde em volta do empreendimento.
"Estávamos colocando muito dinheiro nesse lugar. Tínhamos o direito de assegurar qualquer lucro futuro", explica Ted Tanner, vice-presidente de desenvolvimento imobiliário da empresa americana.
Ou seja, além de ganhar com a utilização da arena, a agência planejou faturar também com um eventual boom imobiliário que ela causasse. Até hoje, mais de uma década após a construção do Staples Center, várias áreas vazias, camufladas de estacionamento, ainda cercam o complexo californiano.
Se o entorno da arena é ambiente controlado, o interior é uma máquina de fazer dinheiro. Em menos de três horas, uma quadra de basquete se torna um rinque de patinação para hóquei -o gelo não é feito, é mantido permanente.
Uma compactadora esmaga lixo produzido por 20 mil espectadores para que dois caminhões próprios levem os dejetos ao aterro. Uma equipe de TV também própria produz conteúdo para ginásio e arredores sem interferir no trabalho das emissoras que detêm os direitos.
"O prédio não pode apenas ter múltiplas funções. Ele tem que gerar dinheiro para quem investiu nele", afirma Todd Goldstein, executivo da AEG. (JHM)


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