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Juro traz preocupação, dizem empresários
Para entidades, Selic de 10,25% ao ano reduzirá demais o crescimento, após alta de 9% no PIB no 1º trimestre
Sindicatos também são contra o aumento da taxa de juros, que desestimularia os investimentos
DE SÃO PAULO
O aumento da taxa básica
de juros da economia brasileira para 10,25% ao ano atrapalha o desenvolvimento do
país, disseram ontem entidades empresariais e sindicais.
"O ciclo de aumentos na
taxa contraria a lógica dos
números da economia brasileira e prejudica o desenvolvimento, incluindo o aspecto
relevante da geração de empregos", disse Benjamin
Steinbruch, presidente em
exercício da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado
de São Paulo).
Para a entidade, dados
mostram que os preços subiram nos primeiros meses de
2010 devido a fatores sazonais e que os preços já estão
voltando "à normalidade".
A CNI (Confederação Nacional da Indústria) disse ver
com "preocupação" o retorno da Selic aos dois dígitos.
Segundo o órgão, o crescimento de 9% do PIB no primeiro trimestre deste ano na
comparação com o mesmo
período de 2009 não deve
orientar as expectativas para
o resto do ano, já que incentivos criados para combater os
efeitos da crise econômica
mundial já foram retirados.
Para a CNI, há espaço para
que o ciclo de alta seja mais
curto do que o previsto.
Para a Fecomercio (Federação do Comércio de Bens,
Serviços e Turismo do Estado
de São Paulo), o patamar de
juros prejudica a competitividade brasileira.
"Mais do que tentar arrefecer o consumo, o Brasil deveria partir para uma ação concreta de racionalização dos
gastos públicos e de estímulos aos investimentos produtivos", disse o presidente da
entidade, Abram Szajman.
PRESSÃO
O presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Artur Henrique, classificou a alta de "política assistencialista para banqueiros".
"E ainda existe uma forte
pressão por parte do setor financeiro e seus representantes para que esse ciclo de aumento da taxa básica de juros permaneça", disse ele,
que defende ainda que a alta
dos juros desestimula investimentos e prejudica as contas públicas.
Na visão de Miguel Torres,
presidente em exercício da
Força Sindical, a decisão do
Copom (Comitê de Política
Monetária), é "equivocada".
"É um balde de água fria
na aquecida economia brasileira, que demonstrou recentemente uma imensa capacidade para o crescimento com
geração de emprego e renda.
Os tecnocratas do Banco
Central torcem contra o crescimento econômico do Brasil", disse Torres.
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