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BB e Bradesco compram banco português na África
Instituições adquirem parte do BES, que atua em países como Líbia e Angola
Bradesco afirma que instituições brasileiras pretendem aplicar na África a sua experiência com bancarização
TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO
O Banco do Brasil e o Bradesco decidiram fazer uma
aliança para iniciar atividades na África, região considerada estratégica para a diplomacia brasileira.
O objetivo, segundo o ministro Guido Mantega (Fazenda), é estreitar o relacionamento comercial e dar suporte aos negócios de empresas brasileiras na região.
Para chegar à África, os
dois bancos optaram por
comprar parte das operações
do português BES (Banco Espírito Santo), antigo parceiro
do Bradesco e que está presente em Angola, Moçambique, Cabo Verde, Líbia, Marrocos e Argélia. O BES tem
4,1% no Bradesco, que soma
6% do banco português.
Na África, os três bancos
constituirão uma "holding"
financeira, que controlará a
rede de agências de varejo e o
suporte ao comércio exterior
e aos negócios de empresas
brasileiras na região.
A "holding" atuará como
plataforma para prospectar a
compra de participações e fazer eventuais aquisições de
bancos no continente.
O desafio do grupo é entrar
na África do Sul, um dos países de maior crescimento.
BANCARIZAÇÃO
Segundo o presidente do
Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, os bancos brasileiros pretendem aplicar sua
experiência de bancarização
no continente africano, onde
os bancos locais só chegam a
15% da população.
"A África é a última fronteira de desenvolvimento do
mundo. O continente está encontrando o seu caminho.
Este salto é inevitável, é
questão temporal."
O valor do negócio e a definição das participações de
cada banco na nova empresa
dependem de estudos de viabilidade técnica e jurídica.
A expectativa é que o modelo saia entre 60 e 90 dias,
segundo o diretor internacional do BB, Alan Toledo.
BANDEIRAS LOCAIS
O presidente do BES, Ricardo Salgado, afirmou que o
banco português, que atua
há quase cem anos na África,
será majoritário.
A proposta negociada é
que os bancos trabalhem
com parceiros locais e mantenham as operações com
marcas dos bancos conhecidos dos africanos.
"Gostaria muito que não
voltássemos ao espírito nacionalista da questão. Esse
projeto, para ser vencedor,
precisa utilizar a bandeira de
cada país onde estiver instalado. Se pudermos ter parceiros locais, como temos em
Moçambique e Angola, será
magnífico", disse Salgado.
O BES abriu recentemente
uma sede em Cabo Verde e
tem cerca de 30 agências em
Angola e outras 20 na Líbia.
Em Moçambique, o BES fez
uma parceria com o Moza
Banco e, na Argélia, com o
Banque Extérieure d'Algérie
na área de leasing.
Planalto estimulou
parceria entre BB e
Bradesco na África,
informa Kennedy Alencar
folha.com.br/me780356
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