|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Murdoch vende controle de TVs na China
Após 2 décadas de atuação no país, News Corp. é mais um dos casos de empresas frustradas com normas rígidas
Pequim tem investido em projetos de mídia voltados para o público estrangeiro, como canal de notícias em inglês
FABIANO MAISONNAVE
DE PEQUIM
Depois de duas décadas
tentando se consolidar no
mercado chinês, o grupo
News Corp., do empresário
Rupert Murdoch, anunciou a
venda do controle acionário
de seus três canais de TV e de
um catálogo de filmes no
país a um fundo de participações em empresas controlado por capital estatal.
Os canais Xing Kong, Xing
Kong International e Canal
China Continental passarão
a ter capital majoritário do
fundo China Media Capital
(CMC), gerido pelo Banco de
Desenvolvimento da China e
pelo Shanghai Media Group,
ambos estatais.
A porcentagem vendida e
o valor da transação não foram revelados.
A News Corp., que é dona
dos estúdios Fox e de vários
jornais, como o "Wall Street
Journal", já vinha dando sinais de que havia perdido interesse pela China. Há um
ano, dividiu a sua divisão
asiática entre a China e a Índia, que passou a receber
mais investimentos.
O caso da News Corp. é um
dos vários de multinacionais
frustradas com o mercado
chinês, marcado por normas
rígidas para o capital estrangeiro. A brasileira Embraer,
que montou uma fábrica no
país, está entre as empresas
que reclamam do excesso de
protecionismo chinês.
O setor de mídia é ainda
mais restrito, com Pequim
impondo uma rígida censura
aos meios de comunicação.
No caso da News Corp., só
havia autorização para transmitir na Província de Guangdong, no sul.
"A News Corp., depois de
duas décadas na China, fez o
inevitável", disse Vivek Couto, analista de mídia asiática,
à agência de notícias Reuters. "Eles veem que a melhor
opção para crescer no mercado é assegurar que o controle
esteja em mãos locais."
Para analistas consultados pelo "Financial Times",
o principal interesse do CMC
é usar a estrutura da News
Corp. para ter canais de distribuição ao exterior a produções chinesas.
Descontente com a imagem da China retratada pelos
meios de comunicação ocidentais, o governo tem investido em projetos de mídia
voltados para o público estrangeiro.
No mês passado, a agência
de notícias estatal Xinhua
anunciou o lançamento do
CNC World, canal de notícias
24 horas em inglês. O objetivo declarado é "apresentar
uma visão internacional com
uma perspectiva chinesa".
Texto Anterior: Energia: Ministério Público pede interrupção de obras de Angra 3 Próximo Texto: Tecnologia: Expansão da TV digital no celular traz fabricante de chip ao Brasil Índice
|