São Paulo, sexta-feira, 10 de setembro de 2010

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Empresas levantam US$ 6 bi no exterior

Setor privado se adianta ao Tesouro Nacional pela primeira vez na captação de recursos com títulos da dívida

Tesouro Nacional e Banco do Brasil também devem levantar até US$ 1,5 bilhão cada no mercado de global

TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO

Empresas brasileiras de primeira linha conseguiram levantar no exterior nesta semana, a primeira após as férias no hemisfério Norte, mais de US$ 6 bilhões com a venda de títulos de dívida de longo prazo. É o maior ritmo já ocorrido em um período tão curto. Até julho, as captações eram de US$ 21 bilhões.
Pela primeira vez, as empresas foram ao exterior antes do Tesouro Nacional, que costuma abrir as temporadas de captações. O Tesouro também planeja vender US$ 1,5 bilhão em títulos da República, segundo os bancos.
Como representa, em tese, o menor risco do país, a República brasileira testa o apetite do mercado e cria uma espécie de piso para os juros das demais dívidas privadas, que saem com taxas maiores.
"Essa realidade mudou. Existe uma demanda forte lá fora por papéis de empresas brasileiras. Não precisa mais o Tesouro dar essa referência", disse Alberto Kiraly, diretor da Anbima (associação do mercado de capitais).
Nesta semana, a Vale captou US$ 1,75 bilhão com emissão de títulos de 10 e de 30 anos com juros de 4,748% e 6,074%, respectivamente. Só neste ano, a Vale já captou US$ 2,75 bilhões, ultrapassando o Bradesco como o maior emissor brasileiro de dívida privada no exterior.
O objetivo é trocar dívida de curto por longo prazo, com juro menor.
Desde a crise, os países desenvolvidos -e suas empresas- reduziram os juros, diminuindo o ganho dos investidores. Com isso, aumentou o apetite por países que têm taxas altas e risco baixo, como o Brasil.
O BNDES abriu uma captação de US$ 1,3 bilhão. Também emitiram bônus a Odebrecht (US$ 500 milhões) e a Oi (US$ 1 bilhão). Ontem, anunciaram captações a Embraer (US$ 1 bilhão), a Suzano (US$ 500 milhões) e a JBS (US$ 300 milhões).
No forno, está ainda uma captação do Banco do Brasil de cerca de US$ 1,5 bilhão.
Para Kiraly, falta o mercado se abrir para financiar empresas de menor porte, como ocorria antes da crise. "Temos de abrir mercado para empresas de segunda linha."


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