São Paulo, quarta-feira, 10 de novembro de 2010 |
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FMI alerta para superaquecimento econômico no país
Diretor do fundo diz que o risco é iminente caso o governo brasileiro não adote restrições fiscais em 2011
CAROLINA MATOS ÉRICA FRAGA DE SÃO PAULO A economia brasileira corre risco de superaquecimento caso o governo federal não adote uma política fiscal mais restritiva em 2011. Essa é a avaliação de Nicolás Eyzaguirre, diretor do FMI (Fundo Monetário Internacional) para o Hemisfério Ocidental. "É absolutamente recomendável fazer um ajuste fiscal", disse ontem na "Conferência de Cúpula Brasil 2010: o Sucesso Pode Ser Sustentado?", em São Paulo, promovida pelo grupo Economist com o apoio da Folha. Eyzaguirre destacou que a expansão dos gastos do governo foi adequada no combate à crise global e que a manutenção dessa política neste ano foi "compreensível", mas precisa ser revisada. Para o diretor do Fundo, "ventos favoráveis" à economia brasileira, como os altos preços das commodities, tendem a manter pressões para a valorização do real. Eyzaguirre acrescentou que os EUA provavelmente farão mais uma rodada de relaxamento monetário -medida que visa a reduzir os juros na economia americana e acaba alimentando o fluxo de capitais para emergentes. Eyzaguirre disse também que o FMI não se opõe à adoção, no Brasil, de controle de capitais, como o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) promovido recentemente pelo governo. Mas afirmou que apenas esse instrumento não será suficiente para conter a valorização da moeda brasileira. Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central e diretor-executivo da Rio Bravo Investimentos, também defendeu no encontro o ajuste fiscal como forma de controlar o superaquecimento da economia doméstica. IMPOSTOS Franco ressaltou que não é desejável que o governo tente melhorar sua posição fiscal aumentando impostos. Na avaliação de Franco, a discussão sobre a possibilidade de retorno da cobrança da CPMF (Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira) é um "balão de ensaio" para testar a reação popular mais do que uma vontade dos governadores. Luiz Fernando Furlan, ex-ministro do Desenvolvimento e Comércio Exterior e hoje copresidente do conselho da Brasil Foods, também presente à conferência, compartilha dessa análise. "Isso me parece muito mais um "bode colocado na sala" para concentrar as atenções da opinião pública." Texto Anterior: Coutinho quer maior capital para BNDES Próximo Texto: Preços de alimentos pressionam meta anual de inflação Índice | Comunicar Erros |
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