São Paulo, quinta-feira, 10 de novembro de 2011

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Tarifa de energia baixará 2,4% em 2012

Distribuidoras dizem que esse será o resultado final depois de um ano de discussões com a agência reguladora

Setor afirma que corte vai ser pequeno e que nova estrutura tarifária pode resultar em piora do serviço para clientes

AGNALDO BRITO
DE SÃO PAULO

A conta de luz dos consumidores terá uma redução média de 2,4% a partir de 2012, depois de as 63 distribuidoras do país passarem pela terceira revisão de suas tarifas. Uma conta de luz no valor de R$ 100 passará a ter valor de R$ 97,60. O cálculo é da Abradee (Associação Brasileira de Distribuidoras de Energia Elétrica) com base nos novos critérios para a revisão definidos pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
Edvaldo Santana, diretor da Aneel, disse que esse cálculo é "factível". O pequeno corte na tarifa, após um ano de discussões, não surpreendeu. "No fim das contas, a diferença será pequena para os consumidores, apesar do aperto que as distribuidoras terão. Isso vai drenar investimentos", disse Nelson Fonseca Leite, presidente da Abradee.
Os consumidores podem não ter o que comemorar. As distribuidoras saíram da reunião com a agência dizendo que a decisão da Aneel aumenta o risco de piora do serviço, o que seria "consequência" natural do corte do investimento.
A agência tentou evitar essa possibilidade, vinculando eficiência no serviço com repasse integral dos reajustes. Quem for menos eficiente será punido com a autorização para um repasse menor.

MENOS NO CAIXA
A Abradee diz que o setor vai perder R$ 3 bilhões em geração de caixa, de R$ 13,7 bilhões para R$ 10,7 bilhões. Parte dos investimentos sai desses recursos.
A outra parte vem do aporte de investidores, que também podem reduzir o fluxo de capital na atividade de distribuição depois que a Aneel reduziu de 9,95% para 7,5% a remuneração.
A Cemig, uma das maiores concessionárias do país -com 7 milhões de consumidores-, estima que o Ebtida (lucro antes do pagamento de juros, impostos, depreciação e amortização) da distribuidora será reduzido em R$ 300 milhões.
"No balanço de toda a Cemig, isso será inferior a 10%, mas o grande efeito será o nível de investimento", disse Luiz Fernando Rolla, diretor de finanças da estatal.
A Cemig investe R$ 1,8 bilhão atualmente, incluindo projetos para a Copa de 2014. Mas a expectativa, pós-revisão, é que o investimento seja de R$ 600 milhões.
Ele também afirma que a "consequência" pode ser a piora na qualidade dos serviços prestados.

Colaborou SOFIA FERNANDES, de Brasília


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