São Paulo, terça-feira, 11 de janeiro de 2011 |
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China atinge recorde na emissão de vistos a brasileiros Embaixada do país no Brasil registrou aumento de 54% no ano passado; motivos do crescimento são principalmente comerciais JOHANNA NUBLAT DE BRASÍLIA Principal parceiro comercial do Brasil, origem de quase 20% do consumo doméstico de produtos eletroeletrônicos, a China atingiu nova marca: recorde na emissão de vistos a brasileiros. A embaixada chinesa no Brasil registrou aumento de 54% no total de vistos concedidos entre 2009 e 2010 -segundo dados de dezembro. Foram entregues 41.642 vistos a brasileiros no ano passado. Em 2009, foram cerca de 27 mil, segundo a representação diplomática. O crescimento em 2010 é o maior observado, dizem os dados oficiais. Supera, em termos absolutos e percentuais, o de 2008, ano da Olimpíada de Pequim. Os vistos de turismo ainda representam a maior parte do total emitido, cerca de 66%. Os destinados a visitas e negócios, porém, registraram o maior aumento: 73%. É preciso lembrar que há empresários que não conseguem a permissão de viagem a negócio a tempo e embarcam como turistas, afirma Li Xiaoyu, conselheiro de imprensa da embaixada. O crescimento das emissões de visto para a China supera o de outros países que exigem vistos de brasileiros, como EUA, Canadá e Índia. RELAÇÕES COMERCIAIS Os motivos listados pela embaixada para explicar o aumento expressivo na procura pela China são, principalmente, comerciais e incluem a Expo Xangai, feira universal sediada no país. O evento responde por parte do crescimento, mas não justifica o recorde, diz Joel Sampaio, cônsul-geral-adjunto da diplomacia brasileira em Xangai. "É o início de uma tendência de crescimento. Os dois países estão se descobrindo e há um efeito multiplicador: são populosos e têm a economia animada." "A gente percebe a variação vendo a quantidade de produtos chineses no mercado", diz Marcel Solimeo, economista-chefe da Associação Comercial de São Paulo. Segundo ele, o fluxo lembra a procura pelo Japão nos anos 1970. O interesse pela China, diz, "é recente e tem crescido rápido, estimulado pelo câmbio". A ida ao país significa a oportunidade de ver de perto o que se pretende importar, explica. "A relevância da China é exponencial e ainda não chegou a seu teto", afirma Roberto Giannetti, diretor de relações internacionais e comércio exterior da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Entre os interesses do brasileiro, diz, estão a compra de bens de consumo, máquinas, equipamentos e a transferência da produção do Brasil. "Infelizmente, o brasileiro vai à China para comprar, e não para vender", resume. Texto Anterior: "Bate-volta" é opção para fugir de visto Próximo Texto: Impostos: Começa a vencer prazo para pagar IPVA com desconto Índice | Comunicar Erros |
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