São Paulo, sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

commodities

Agronegócio prevê novas altas da carne

Aumentos devem ocorrer devido ao maior custo dos produtores e à preferência pelas vendas ao mercado externo

A alta da carne bovina no país tende a elevar o consumo de frango, de peixe, de carne de porco e de ovo, segundo a CNA

SHEILA D'AMORIM
MÁRIO SÉRGIO LIMA
DE BRASÍLIA

Com o preço da carne em alta no mercado internacional, o tradicional bife deverá se tornar "artigo de luxo" na mesa do brasileiro.
Segundo a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), a tendência é que a carne fique mais cara neste ano devido ao aumento do custo dos produtores e à preferência pelas vendas ao mercado externo.
"Talvez o bife não vá mais combinar com arroz e feijão. Carne é um artigo de luxo", afirma o vice-presidente da CNA, Ademar Silva Júnior.
Segundo ele, a alta do preço da carne bovina vem abrindo mercado, no país, para o consumo de frango, peixe, carne de porco e ovo.
Ele argumenta que o bife não irá "sumir", mas as refeições dos brasileiros passarão a combinar mais diferentes tipos de carnes. Essa é uma tendência identificada pela CNA que, segundo levantamento, sofre influência também de melhoria na educação e mais informação sobre benefícios nutritivos de refeições balanceadas.
Apesar disso, no Brasil a carne bovina segue como símbolo de mesa farta. O consumo frequente do produto está associado a momentos de forte crescimento da economia e da renda.
"Tem pesquisa que mostra que quando o brasileiro tem R$ 1 de aumento de salário, ele gasta R$ 1,10 a mais com carne", afirma Antenor de Amorim Nogueira, presidente do fórum nacional permanente da pecuária de corte.

AUMENTOS
De acordo com a CNA, quase dois anos após a crise de 2008, que derrubou os preços e as vendas do setor, o segundo semestre do ano passado foi marcado pelo aumento do preço do boi gordo no país.
O preço médio da arroba em outubro do ano passado foi de R$ 98,88, com ganho real (já descontada a inflação) de 20,47% em comparação ao mesmo período de 2009. Em novembro, a arroba do boi gordo chegou a custar R$ 120.
E o reflexo dessa valorização atingiu o bolso do consumidor. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o item carnes (bovina e suína) acumulou inflação de 29,64% no ano passado.
A alta refletiu a diminuição da oferta de animais para abate. Segundo Nogueira, isso ocorreu porque depois de quatro anos de crise (2004 a 2007), com queda no preço e aumento do custo de produção, os pecuaristas estavam descapitalizados e acabaram abatendo muitas fêmeas para conseguir atender a demanda do mercado.


Texto Anterior: Leilão: Correios pretendem se associar ao consórcio vencedor do trem-bala
Próximo Texto: Frase
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.