São Paulo, sexta-feira, 11 de março de 2011

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Citigroup é menos otimista sobre o Brasil

DE SÃO PAULO

Os grandes bancos não preveem para o Brasil o mesmo futuro róseo que reservam para a China. Para Willem Buiter, economis- ta-chefe do Citigroup, o Brasil passa de sétima economia do mundo para quinta em 2030, mas cai de novo para a sexta posição, ultrapassado por Nigéria e Indonésia.
"Considerando a baixa taxa de investimento do Brasil, sua atitude ambígua em relação a investimentos estrangeiros e demografia apenas modestamente favorável, a taxa de crescimento real sustentável do PIB per capita do país não deve ficar além de 3,5% entre 2010 e 2050", diz Buiter em seu relatório.
Segundo o Citi, o México, o Brasil, a Turquia e a Tailândia teriam de implementar enormes reformas, elevando suas taxas de poupança doméstica e investimentos, para se juntar às nações de crescimento mais acelerado, que o banco batiza de 3G.
"O Brasil poderia ser um país 3G no futuro se conseguisse aumentar sua taxa de formação de capital, melhorar a qualidade de seus recursos humanos e eliminar seus monopólios domésticos -sem essas mudanças, o Brasil se arrisca a se transformar em um Velho Bric."

ESCOLARIDADE
Para Karen Ward, do HSBC, o Brasil tem problemas que irão brecar seu crescimento. O nível de escolaridade da população ainda é baixo, 7,6 anos em média de estudo -comparado com 10 na China e 12,2 nos EUA. Outras questões são insegurança jurídica e pouca facilidade para fazer investimentos.
"Temos projeções fortes para o Brasil, mas ainda um pouco aquém de outros países, pois alguns fatores atrapalham, como a escolaridade e os gastos do governo", diz Karen, autora do relatório "O Mundo em 2050".
Mas ela faz a ressalva de que seu modelo não capta de forma adequada o impacto dos recursos naturais. "E, se o nível educacional melhorar marcadamente, pode superar nossas projeções."
A taxa de natalidade do Brasil está caindo e a proporção da população em idade produtiva vai ter aumento pouco significativo. Os gastos do governo, como proporção do PIB, são semelhantes aos de países estagnados da Europa Ocidental. E o investimento (17,3% do PIB entre 2006 e 2009) é baixo comparado a países como Índia (35%) e China (45% a 50%).


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