São Paulo, sexta-feira, 11 de março de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

commodities

Excesso de chuva poderá afetar novo recorde da safra agrícola

Se as chuvas continuarem, o país não deverá atingir as previsões acima de 151 mi de toneladas

Conab prevê 154,2 mi, e IBGE, 151,2 mi de toneladas; produtor de soja pode ter prejuízo com a umidade do grão

MAURO ZAFALON
COLUNISTA DA FOLHA

A colheita avança, e a produção brasileira de grãos deste ano poderá registrar mais um recorde. Nos cálculos da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), deverá atingir 154,2 milhões de toneladas.
Já o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) prevê 151,2 milhões de toneladas. A safra do ano passado ficou em 149,5 milhões.
Quando as máquinas pararem de colher soja neste ano, a Conab espera que o Brasil tenha obtido 70,3 milhões de toneladas. Já os cálculos do IBGE apontam para 69 milhões de toneladas.
Algumas consultorias, como a AgRural, de Curitiba (PR), preveem números maiores: 71,6 milhões de toneladas. Para a Céleres, de Uberaba (MG), a safra fica em 69,8 milhões de toneladas.
A concretização de uma safra recorde depende, ainda, do clima. Enquanto as vendas antecipadas já somam 55% do produto a ser colhido, as máquinas avançaram apenas sobre 25% da área a ser colhida.
Em Mato Grosso, líder em produção, a colheita de soja está próxima de 40%, abaixo dos 62% de igual período de 2010, segundo o Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária).
Até o Usda (Departamento de Agricultura dos EUA) elevou ontem as estimativas da safra de grãos do Brasil. A produção de soja será de 70 milhões de toneladas, enquanto a de milho sobe para 53 milhões.
Se as chuvas persistirem, o país poderá não atingir os patamares previstos. Além disso, os produtores -que estão obtendo bons preços pela soja neste ano- terão perda de produtividade e descontos elevados devido à umidade da oleaginosa.
O maior volume total de grãos a ser obtido neste ano se deve à elevação da área de plantio, que poderá atingir 49 milhões de hectares nas safras de verão e de inverno, na avaliação da Conab (mais 3,1% sobre a de 2010).
A boa safra decorre também de uma ligeira melhora na produtividade, que deverá ficar em 3.156 quilos por hectare. Segundo o IBGE, o rendimento médio das lavouras de algodão aumenta 6,5% neste ano; o do arroz, 10,9%, e o do feijão, 8,1%.
Soja e milho têm menor rendimento neste ano, avaliam a Conab e o IBGE.
A safra brasileira, em crescimento contínuo, está baseada praticamente em três produtos: soja, milho e arroz. Os três são responsáveis por 90% da produção brasileira.
A segunda maior cultura do país, o milho, não repetirá a produção de 2010. A Conab e o IBGE preveem safra próxima a 55 milhões de toneladas, 1,7% menos.
Um dos principais destaques do ano é o algodão, produto que vem batendo recordes de preço. Incentivados pela previsão de lucro, os produtores semearam 1,3 milhão de hectares, 56% a mais do que no ano passado. Com aumento de 6% na produtividade, a safra de algodão em caroço subirá 65%.
A safra de arroz sobe e o volume a ser obtido ficará em 13 milhões de toneladas.


Texto Anterior: Aumenta número de reitores estrangeiros nos EUA
Próximo Texto: MS pode ter perdas de até R$ 1,5 bi na soja
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.