São Paulo, sexta-feira, 11 de março de 2011 |
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ANÁLISE AGRONEGÓCIO Cooperativismo gera bons resultados para a pecuária leiteira MARCO AURÉLIO BERGAMASCHI ESPECIAL PARA A FOLHA A maioria dos produtores brasileiros de leite é constituída por pecuaristas de pequeno porte, o que dificulta tanto a compra de insumos como a venda dos produtos. Raramente o produtor, individualmente, consegue boa negociação e acaba submetido aos preços, aos prazos e às condições impostas pelas empresas ofertantes e pelas indústrias processadoras. A falta de planejamento e de organização, observada com frequência nas propriedades, estende-se às relações do produtor com sua cooperativa, entre outros produtores e destes com os demais elos da cadeia produtiva do leite. Apesar de no Brasil as cooperativas captarem e processarem cerca de 40% do total do leite produzido, elas são vistas, pelos próprios cooperados, quase que exclusivamente como locais para entrega do produto. A pequena participação dos mesmos nas decisões e no dia a dia enfraquece a sociedade cooperativa. Assim, ficam inibidos os benefícios que poderiam ser gerados pela união de pessoas com um objetivo comum. Por isso, não basta apenas constituir a entidade. A participação de cada sócio é fundamental, seja na deliberação dos assuntos ou na tomada das decisões. A força de uma organização dependerá da profissionalização de sua gestão e também do comprometimento e da fidelidade de cada associado à sua entidade. As vantagens advindas de organizações formais, bem estruturadas e geridas, como associações e cooperativas, são enormes. EXEMPLOS Além de melhores preços na compra e na venda, as cooperativas oferecem informações e assistência técnica que ajudam a melhorar a atividade dos associados. No caso de regiões onde não há laticínios, elas podem prestar serviços de recebimento, de processamento e de comercialização de derivados lácteos, em maior volume, obtendo melhores resultados. Tudo isso remunerando o produtor de forma justa. Os setores reconhecidos como "fortes" em qualquer ramo da economia, no Brasil ou no exterior, estão normalmente organizados e representados por algum tipo de organização social, como cooperativas, associações ou sindicatos. Na cadeia do leite não é diferente. Vários exemplos podem ser encontrados em países importantes para a produção leiteira. A fusão de cooperativas na Nova Zelândia possibilitou a diminuição de custos e o país é hoje o maior exportador mundial de leite em pó. O Canadá é outro caso de associativismo bem-sucedido. Dois exemplos para o cooperativismo brasileiro. MARCO AURÉLIO BERGAMASCHI é médico veterinário, doutor e responsável pelo Sistema de Leite da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos - SP). Texto Anterior: Leite: Lácteos Brasil e Parmalat italiana negociam união Próximo Texto: Vaivém - Mauro Zafalon: Preços sobem, e exportação brasileira de soja deve render US$ 22 bi neste ano Índice | Comunicar Erros |
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