São Paulo, sexta-feira, 11 de março de 2011

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Vale e exterior puxam queda da Bolsa

Bovespa recua 1,8% sob influência de polêmica sobre royalties, rebaixamento da Espanha e tensão no Oriente Médio

Ações da mineradora caem 3,3%; nos EUA, indicador ruim sobre emprego pesa, e NY também perde 1,8%

EPAMINONDAS NETO
DE SÃO PAULO

As Bolsas de Valores viveram ontem mais um dia de turbulência, formada por notícias negativas principalmente dos EUA, da Europa e do Oriente Médio.
Logo pela manhã, o deficit comercial chinês (US$ 7,3 bilhões), o maior desde 2004, gerou apreensão, sem que as notícias seguintes tenham melhorado o cenário.
Na Europa, a agência Moody's, que classifica o risco de crédito de países e empresas, piorou a qualificação dada para a Espanha.
E, nos EUA, o governo revelou um aumento na demanda pelos benefícios do auxílio-desemprego, sinal negativo para um mercado de trabalho que se recupera em ritmo lento.
Mas o que realmente elevou o nível de tensão dos investidores partiu do Ori- ente Médio. Além dos con- flitos na Líbia, muitos se assustaram com manifestações violentas na Arábia Saudita registradas ontem.
O episódio alimentou especulações de que um dos maiores produtores mundiais de petróleo também possa ter sido "contaminado" pelas turbulências políticas que se abateram sobre Egito, Líbia e Tunísia.
"Esses problemas estão se irradiando, e a Arábia Saudita e o Irã são os dois países que não podem sofrer esse tipo de contaminação", diz Raffi Dokuzian, superintendente da Banif Corretora.
Ele antecipa mais instabilidade para os próximos pregões, enquanto não houver sinais de maior tranquilidade nos países do Oriente Médio e do Norte da África.
A aversão ao risco deu o tom dos negócios, e as ações se desvalorizaram em 0,7% e em 1,5% nas praças de Paris e Londres. Nova York perdeu 1,87%. A Bovespa sofreu perdas de 1,82%, com a forte queda de um dos seus papéis mais negociados.
Usada como "porta de saída" por investidores nervosos, a ação preferencial da Vale recuou 3,3%, sob influência da cobrança de quase R$ 4 bilhões em royalties pelo governo. Ontem, a mineradora disse, em nota, considerar o valor excessivo.
O dólar teve alta moderada de 0,2%, para R$ 1,661.


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