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BB vai coordenar oferta da Petrobras
Companhia espera conseguir levantar no mercado cerca de R$ 45 bilhões com o processo de capitalização
Por temor de que a crise europeia dificulte os seus planos, estatal busca alternativas para acelerar o processo
DE BRASÍLIA
Para a operação de oferta
pública de ações, prevista
para o próximo mês, a Petrobras contratou o Banco do
Brasil como coordenador de
varejo no Brasil.
A medida foi divulgada pela companhia depois da
aprovação do projeto de capitalização, aprovado por 47
votos a 6 às 3h20 de ontem no
Senado.
O projeto, essencial para a
Petrobras cumprir seu programa de investimentos, ainda precisa ser sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Com o aval do Legislativo,
o governo vai emitir títulos
da dívida pública no valor de
mercado, equivalentes a 5 bilhões de barris de petróleo,
em favor da empresa. Em troca, a petrolífera pagará pelos
direitos, em um modelo batizado de ""cessão onerosa".
A Petrobras espera conseguir no mercado US$ 25 bilhões (cerca de R$ 45 bilhões)
com o processo de capitalização. Contudo, há o temor,
dentro do próprio Palácio do
Planalto, de que a crise europeia dificulte os planos.
Por isso, a companhia acelera o processo para realizar
a operação já no próximo
mês. Para não criar polêmicas, Lula deve sancionar o
projeto na semana que vem e
manter a autorização do uso
do FGTS na capitalização,
item a que o governo resistia.
De acordo com o texto
aprovado, os trabalhadores
que compraram ações em
2000 podem usar até 30% do
fundo na operação.
Nos planos da estatal, a
operação de aumento de capital estará concluída em
agosto e pode atingir até
R$ 100 bilhões, fazendo seu
capital subir cerca de 38% segundo valores atuais.
Uma parte do aumento será bancada pela União, com
a cessão dos 5 bilhões de barris de petróleo de suas reservas para a estatal. Isso deve
representar um aporte entre
US$ 25 bilhões e US$ 30 bilhões, dependendo do valor
dos barris de petróleo da
União que serão transferidos
para a empresa.
A outra parte virá da captação no mercado, com a participação dos acionistas privados na operação de capitalização.
Hoje, a União detém 32,2%
do capital total da empresa e
55,7% do votante, o que lhe
garante o controle.
A intenção do governo é
não só manter esse percentual como aumentá-lo caso
acionistas privados decidam
não participar do aumento
de capital da empresa, avaliado em R$ 260 bilhões.
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