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Senado autoriza retaliações comerciais do Brasil aos EUA
Os dois países tentam chegar a um acordo hoje em Washington
NOELI MENEZES
DE BRASÍLIA
MARIANA SCHREIBER
DE SÃO PAULO
Apesar de o processo de retaliação comercial aos Estados Unidos estar suspenso
até o dia 21 deste mês, o Senado aprovou ontem a medida
provisória que autoriza o
país a aplicar a medida contra propriedade intelectual
norte-americana.
Dessa forma, caso as autoridades dos dois países não
cheguem a um acordo até o
fim da próxima semana, o
Brasil poderá retaliar os EUA
com base no direito obtido na
OMC (Organização Mundial
do Comércio) por causa dos
subsídios ilegais daquele
país ao cultivo de algodão.
As sanções, autorizadas
após sete anos de disputa,
podem chegar a US$ 830 milhões (R$ 1,48 bilhão) neste
ano e deveriam ter começado
em abril. Mas foram adiadas
primeiro em duas semanas e
depois em dois meses para
que se tentasse um acordo.
Representantes do Brasil e
dos EUA se reuniram ontem
em Washington e voltam a se
encontrar hoje para tentar
avançar nas negociações.
Para o presidente da Abrapa (Associação Brasileira de
Produtores de Algodão), Haroldo Cunha, a aprovação do
Senado fortalece a posição
brasileira.
"Se o Brasil não estivesse
autorizado a retaliar, as negociações perderiam força."
O embaixador dos Estados
Unidos no Brasil, Thomas
Shannon, afirmou ontem
que há boa vontade do país
em negociar. Questionado
sobre a aproximação do prazo final para um acordo, ele
disse que estava otimista e
que "negociações sempre
vão ao seu limite".
Parte das sanções brasileiras pode ser aplicada em um
setor distinto daquele envolvido na disputa, na chamada
retaliação cruzada. O país escolheu propriedade intelectual, o que lhe permite, por
exemplo, quebrar patentes
de remédios.
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