São Paulo, sexta-feira, 11 de junho de 2010

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Senado autoriza retaliações comerciais do Brasil aos EUA

Os dois países tentam chegar a um acordo hoje em Washington

NOELI MENEZES
DE BRASÍLIA

MARIANA SCHREIBER
DE SÃO PAULO

Apesar de o processo de retaliação comercial aos Estados Unidos estar suspenso até o dia 21 deste mês, o Senado aprovou ontem a medida provisória que autoriza o país a aplicar a medida contra propriedade intelectual norte-americana.
Dessa forma, caso as autoridades dos dois países não cheguem a um acordo até o fim da próxima semana, o Brasil poderá retaliar os EUA com base no direito obtido na OMC (Organização Mundial do Comércio) por causa dos subsídios ilegais daquele país ao cultivo de algodão.
As sanções, autorizadas após sete anos de disputa, podem chegar a US$ 830 milhões (R$ 1,48 bilhão) neste ano e deveriam ter começado em abril. Mas foram adiadas primeiro em duas semanas e depois em dois meses para que se tentasse um acordo.
Representantes do Brasil e dos EUA se reuniram ontem em Washington e voltam a se encontrar hoje para tentar avançar nas negociações.
Para o presidente da Abrapa (Associação Brasileira de Produtores de Algodão), Haroldo Cunha, a aprovação do Senado fortalece a posição brasileira.
"Se o Brasil não estivesse autorizado a retaliar, as negociações perderiam força."
O embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, afirmou ontem que há boa vontade do país em negociar. Questionado sobre a aproximação do prazo final para um acordo, ele disse que estava otimista e que "negociações sempre vão ao seu limite".
Parte das sanções brasileiras pode ser aplicada em um setor distinto daquele envolvido na disputa, na chamada retaliação cruzada. O país escolheu propriedade intelectual, o que lhe permite, por exemplo, quebrar patentes de remédios.


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